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O grupo JCDecaux, empresa de publicidade exterior, defende a reutilização de mobiliário urbano e contratos com critérios ambientais e sociais, o que ainda acontece pouco em Portugal, apontou o diretor-geral da empresa.
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“O que nós precisamos é de poder reutilizar o material dos abrigos [paragens de autocarro]. Teria um impacto maior para o ambiente e essa é uma dinamização permitida em várias cidades e países do mundo”, afirmou o diretor-geral da JCDecaux Portugal, Philippe Infante, em entrevista à Lusa.
Com a renovação de concursos, por vezes, o mobiliário urbano é substituído, mesmo quando se encontra em bom estado de conservação e com um ‘design’ atual, explica. No entanto, o seu destino final não costuma ser o aterro, uma vez que a empresa opta por renovar estes equipamentos e, posteriormente, encaminhá-los para as suas filiais.
Philippe Infante sublinhou ainda a importância de os contratos incluírem critérios ambientais e sociais, o que ainda não acontece com frequência: “Desde que eu cheguei a Portugal, há quase três anos, só dois concursos tinham critérios ambientais. É importante que um concurso preste atenção à parte social […] e fazer diferença na comunidade”.
A empresa diz que reduziu, entre 2019 e 2022, em 27% as emissões de gases com efeitos de estufa, sendo a meta reduzir em 50% até 2030, face a 2019, e em 2050 atingir os 0%”.
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Em Portugal, o grupo reduziu em mais de 30% o consumo de água, está a optar por uma frota verde e investiu em iluminação led para os seus painéis.
A lavagem dos equipamentos é feita com água desmineralizada e o papel utilizado na impressão dos cartazes é proveniente de material reciclado ou tem uma certificação de produção com material proveniente de florestas geridas de forma sustentável.
Em setembro de 2022, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou um contrato de concessão à JCDecaux, que prevê a instalação e exploração publicitária na cidade por 15 anos. Neste âmbito, anualmente, a empresa terá que dar à Câmara de Lisboa 8,3 milhões de euros, valor que corresponde à renda da concessão.
Este valor faz da JCDecaux “um dos principais contribuintes privados da Câmara” e “com 8,3 milhões de euros podem fazer-se muitas coisas”, acrescentou o responsável.
Em Portugal, a empresa conta com 249 trabalhadores e espera contratar, pelo menos, mais 30 perfis especializados, sobretudo, em eletrónica.
Já sobre o plano de investimentos, o diretor-geral da JCDecaux Portugal disse apenas que é o “mais ambicioso desde a criação da companhia”, adiantando que o grupo quer continuar a investir em Portugal, sem dar valores.
Em 2022, as receitas do grupo atingiram os 3.316,5 milhões de euros, um crescimento de 20,8% relativamente ao ano anterior.
No primeiro semestre de 2023, o lucro da JCDecaux fixou-se em 37,8 milhões de euros, quando o valor consolidado de 2022 foi de 132,1 milhões de euros.
Os resultados financeiros da empresa em Portugal não são públicos.
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