//Jerónimo de Sousa acusa BE de ter colaborado na “farsa do PSD” sobre baixa do IVA

Jerónimo de Sousa acusa BE de ter colaborado na “farsa do PSD” sobre baixa do IVA

O secretário-geral do PCP, jerónimo de Sousa, sube o tom das críticas ao Bloco de Esquerda (BE) que acusa de ter colaborado na “farsa do PSD” sobre a descida do IVA da eletricidade para 6% no Orçamento do Estado de 2020 (OE2020).

Três dias depois de a Assembleia da República ter “chumbado”, na quinta-feira, uma proposta do PCP, e de o PSD ter retirado a sua na votação final global do OE2020, Jerónimo de Sousa aproveitou um comício em Sacavém, Loures, para fazer o contra-ataque aos bloquistas, aconselhando-os a “retirar a lição” do que aconteceu.

“Não tivesse o BE aceitado credibilizar a encenação do PSD, acendendo à chantagem de aprovar as ditas medidas de compensação da receita para manter o excedente orçamental, e o PSD não teria tido sapatos para fazer o caminho que fez”, acusou o secretário-geral do PCP.

E sugeriu aos bloquistas que dirijam as críticas a outros, que não os comunistas, e retirem “a lição”: “Se o BE está hoje arrependido do papel que aceitou desempenhar nesta farsa do PSD, em vez de se atirar ao PCP, deve retirar a lição que se impõe e não voltar a alinhar nestas encenações.”

Logo na quinta-feira, o líder parlamentar dos comunistas, João Oliveira, acusou o PSD de ter “montado uma encenação” com a baixa do IVA para a eletricidade de uso doméstico “nos sapatos do Bloco de Esquerda” durante o debate do Orçamento, no parlamento, que ficou marcado por esta polémica em torno da baixa do IVA.

Os sociais-democratas propuseram a descida do IVA na eletricidade de uso doméstico, mas fizeram depender o seu avanço da aprovação de medidas de compensação, como a redução de despesas nos gabinetes ministeriais e entrada em vigor em outubro, mas acabou por retirar a proposta depois de serem “chumbadas”.

Na quinta-feira, no parlamento, o PSD prometeu, primeiro, votar a proposta de redução do valor do IVA, mas quando a medida foi a votos optou pela abstenção, dado que foi alterada a ordem de votação das propostas.

Hoje, no comício de Sacavém, Jerónimo de Sousa pediu às famílias portuguesas que, quando receberem a fatura da eletricidade, com o IVA a 23%, “se lembrem” de quem é a responsabilidade de o IVA não ter descido para 6% na eletricidade doméstica, “do PSD”, que “nunca teve verdadeira intenção” de reduzir a taxa, “com o agradecimento do PS”.

“Não foi desta vez, mas a luta continua até se conseguir a reposição do IVA da eletricidade”, afirmou.

Ao longo de quase meia hora de discurso, Jerónimo de Sousa demorou-se a explicar aos militantes por que motivo o PCP se absteve no OE2020, marcado por “insuficiências e limitações”.

Segundo Jerónimo de Sousa, os comunistas conseguiram vencer “resistências do PS” e foi “possível aprovar propostas que são avanços de inegável importância para a vida dos portugueses”, em oito áreas, do aumento extraordinário das pensões de reforma de 10 euros, e não “um dois euros” que o Governo pretendia, à gratuidade das creches para 55 mil crianças ou ainda com “o compromisso de admissão de 2.500 efetivos” para as forças de segurança”, PSP, GNR e SEF.

O secretário-geral dos comunistas admitiu que “muitas outras propostas e medidas, como a melhoria dos salários ou do investimento público” não ficaram no Orçamento do Estado deste ano e que vão “exigir luta” para não acabarem “sacrificadas no altar de um excedente orçamental, uma “errada opção” do PS, PSD e CDS.

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