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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que “a resposta” para os “impactos” causados pelas medidas adotadas no âmbito da pandemia de covid-19 em Portugal “não virá” das “imposições” da União Europeia, nomeadamente do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
“A recuperação dos impactos da epidemia na saúde, educação, tecido económico e na cultura, requer uma resposta audaz que urge e uma definição de prioridades e critérios que terá de privilegiar o interesse dos trabalhadores, do povo e do País”, afirmou Jerónimo de Sousa em Grândola, no distrito de Setúbal.
Essa resposta “não virá, como nunca veio, nem das imposições, nem dos critérios e orientações da União Europeia, incluindo do chamado Plano de Recuperação e Resiliência que o Governo apresenta como grande solução”, observou.
O secretário-geral do PCP discursava, na Praça da Liberdade, em Grândola, para uma plateia composta por cerca de duzentas pessoas, numa sessão que serviu para assinalar os 47 anos do 25 de Abril, organizada pela Direção Regional do Alentejo do PCP.
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“A resposta necessária requer a mobilização de todos os recursos disponíveis – do Orçamento do Estado aos fundos comunitários ou a outras formas de financiamento – subordinada a uma estratégia de desenvolvimento soberano, que rejeite novos espartilhos decorrentes do euro contrários ao desenvolvimento do País”, reforçou.
De acordo com o líder do PCP “enquanto a pobreza e o universo dos mais de dois milhões de pobres se alarga neste último ano de covid-19, milhares de trabalhadores são confrontados com o desemprego e vêm regredir as remunerações do seu trabalho”, as contas nacionais de 2020, mostram que “os dividendos dos acionistas dos grupos económicos não param de subir”.
“São estes mesmos que aparecem, através das suas grandes confederações, a reivindicar a prioridade de acesso aos milhões da tal bazuca”, criticou.
Durante a sua intervenção, em frente ao memorial ao 25 de Abril, onde depositou uma coroa de flores, o líder comunista, abordou também os casos de corrupção em Portugal, especificamente, a Operação Marquês.
“Muitos dos problemas de corrupção que justamente indignam o nosso povo, e que agora se expressam também à volta do caso judicial conhecido como Operação Marquês, têm no processo da restauração capitalista e monopolista privatizadora as suas verdadeiras causas”, apontou.
Para Jerónimo de Sousa, “alguns dos que promoveram e defendem tais políticas e tais práticas, aparecem hoje com um discurso hipócrita de falsa indignação, a anunciar que o regime está doente”.
“Responsabilizam o regime para limparem as suas responsabilidades políticas, mas essencialmente para continuar a dar força a um projeto de liquidação do regime democrático e de subversão da constituição que nunca abandonaram”, acrescentou.
Na intervenção que visou assinalar os 47 anos do 25 de Abril o líder comunista referiu-se também aos valores que foram conquistados e aos ideais que permanecem na memória do povo, sublinhando que a revolução “é património do povo e património do futuro”.
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