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“Nós vimos muitas vezes serem derramadas algumas lágrimas pela situação do interior. Isso aconteceu, ao longo destes últimos anos, infelizmente, quase sempre depois de catástrofes que expuseram esse abandono. Acho que é importante uma presença mais constante, que seja não apenas depois da catástrofe, mas que ajude a evitar as catástrofes”, afirmou.
João Ferreira falava na localidade Póvoa da Atalaia, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, onde realizou uma visita à Casa da Poesia Eugénio de Andrade.
Na agenda constam ainda uma deslocação à escombreira do Cabeço do Pião, que integra o couto mineiro da Panasqueira, e uma reunião, na Covilhã, com a Plataforma de Luta pela Reposição das ex-SCUT na A23 e A25.
Vertentes que, como ressalvou o candidato, foram associadas à deslocação porque retratam problemas e “constrangimentos” que as pessoas do interior enfrentam e para os quais tem de haver uma maior atenção, nomeadamente por parte do Presidente da República.
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“É necessário na intervenção do Presidente da República uma preocupação mais constante com as questões do interior”, disse.
Depois de frisar que é função primeira do Presidente da República cumprir, defender e fazer cumprir a Constituição e que esta aponta a obrigação do Estado de “combater e eliminar as desigualdades territoriais”, João Ferreira considerou que tal nem sempre tem estado no “centro das preocupações” da ação presidencial.
Sem citar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, que se recandidata, João Ferreira frisou que é preciso “olhar com atenção” para os problemas daquele território, não só em relação aos incêndios, mas também no que diz respeito à perda da população, ao encerramento de serviços e ao abandono.
“Isso não pode deixar de ser olhado com preocupação e deve ser trazido para o centro das preocupações de um Presidente das República e acho que nem sempre isso esteve no centro das preocupações do Presidente da República”, fundamentou.
Destacando que continua a haver desigualdades e assimetrias de desenvolvimento no país, reiterou que “falta claramente cumprir a constituição no que à coesão territorial diz respeito” e garantiu que essa é uma das preocupações centrais da sua candidatura.
Questionado sobre o caso do procurador europeu José Guerra, João Ferreira repetiu a ideia de que a ida da ministra da Justiça ao Parlamento é fundamental para esclarecer todo o processo e se, na justificação da escolha, foram ou não incluídos “aspetos deturpados” ou outras “informações erróneas”.
Além de André Ventura e João Ferreira, são candidatos às eleições presidenciais de 24 de janeiro Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, Marisa Matias, Tiago Mayan e Vitorino Silva.
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