O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira um novo Instrumento de Proteção de Transmissão (IPT), destinado a proteger os países e sistemas bancários mais vulneráveis às variações dos juros da dívida e evitar uma nova crise das dívidas soberanas.
“Em relação ao IPT é um instrumento que nos ajudará a cumprir o nosso mandato em termos de estabilidade de preços, trazendo a inflação, a médio prazo, de volta para os 2%. Ao abrigo do IPT, todos os membros da zona euro, em princípio, são ilegíveis” e pode ativar o mecanismo em caso de necessidade, anunciou a presidente do BCE, Christina Lagarde, em conferência de imprensa.
Questionada pelos jornalistas, Lagarde explica que o Instrumento de Proteção de Transmissão “é um programa concebido para abordar os riscos específicos que todos os países da zona euro podem enfrentar”.
Os Estados-membros podem aceder ao IPT, apresentando um pedido que terá depois de receber luz verde do conselho executivo do BCE.
“Se e quando o IPT precisar de ser ativado, os conselho executivo irá realizar uma avaliação global nos países em causa e a decisão que levará à compra por parte do IPT será total responsabilidade do conselho executivo”, salientou Lagarde.
As condições de acesso ao novo IPT ainda serão detalhadas pelo Banco Central Europeu, mas destinam-se a países mais expostas às variações da dívida, como Portugal, Grécia ou Irlanda, entre outros.
O Banco Central Europeu refere que “o IPT será uma adição ao conjunto de instrumentos do Conselho do BCE e pode ser ativado a fim de contrariar dinâmicas de mercado desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária na área do euro”.
Além do novo instrumento de proteção, a instituição liderada por Christine Lagarde anunciou esta quinta-feira uma subida das taxas de juro de 0,50%, pela primeira vez em 11 anos.
O objetivo destas medidas é travar a escalada da taxa de inflação, que as autoridades europeias já admitiriam que será mais duradoura do que o inicialmente previsto.
O objetivo do BCE é estabilizar a taxa de inflação nos 2% a médio prazo. Em cima da mesa estão novas subidas das taxas de juro nos próximos meses.
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