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Os bancos concederam um total de 1 858 milhões de euros em novos empréstimos às famílias portuguesas, em novembro, o que corresponde a mais 49 milhões de euros do que em outubro. Segundo os dados do Banco de Portugal (BdP), houve maior impacto nos créditos à habitação, que totalizaram 1 266 milhões de euros e cuja taxa de juro média dos empréstimos voltou a subir e fixou-se em 3,08% (2,86% em outubro).
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O crédito à habitação foi a única modalidade a registar um aumento na procura. Segundo o regulador da banca, os empréstimos para a compra de casa ascendeu a 1 266 milhões de euros em novembro, quando em outubro tinha totalizado 1208 milhões de euros.
Pela primeira vez desde 2015, revela o BdP, a taxa de juro para os empréstimos na habitação passou a barreira dos 3% “e manteve-se, pelo segundo mês consecutivo, acima da média da área euro”.
Durante o mês de novembro, 80% dos novos empréstimos para habitação própria permanente foi concedida a uma taxa variável de 7%, e a uma taxa fixa foi de 13%. “Relativamente a outubro, o peso dos contratos com taxa mista aumentou 4 pontos percentuais, por oposição à diminuição do peso dos contratos com taxa variável”, lê-se.
“Apesar de as taxas de juro médias aplicadas aos contratos a taxa fixa serem superiores às aplicadas aos contratos a taxa variável, o diferencial entre as duas taxas reduziu-se em novembro (1,3 pontos percentuais em novembro, depois de ter atingido 1,5 em outubro)”, adianta o BdP.
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No final de novembro, 22% do stock do crédito à habitação tinham taxas variáveis indexadas à Euribor a 3 meses, enquanto 32% à Euribor a 6 meses e 43% à Euribor a 12 meses.
“Nos novos empréstimos contratados em novembro, a Euribor a 6 meses voltou a ser o indexante mais aplicado (67 % do montante, representando um aumento de 7 pontos percentuais em relação a outubro)”, lê-se.
O organismo liderado por Mário Centeno revela, ainda, que do total de contratos de crédito para habitação própria permanente em vigor no final de novembro, com taxa variável e indexados às Euribor a 3, 6 e 12 meses, 54% terão a sua taxa revista até fevereiro de 2023.
“Para 31% dos contratos, a revisão ocorrerá entre março e maio de 2023, e os restantes 15%, indexados à Euribor a 12 meses, apenas serão atualizados entre junho e novembro de 2023”, alerta.
“Nas restantes finalidades [de crédito], os montantes concedidos em novembro foram inferiores aos de outubro: no consumo, reduziu-se de 412 milhões para 409 milhões de euros e, no crédito para outros fins, de 189 milhões para 182 milhões”, lê-se.
Nos novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 7,98% (8,06% em outubro).
Quanto às empresas, os novos empréstimos totalizaram 1 669 milhões de euros, mais 219 milhões do que em outubro.
“Uma análise por escalão de montante mostra que foram emprestados 973 milhões de euros nos empréstimos até um milhão de euros e 696 milhões nos empréstimos acima de um milhão de euros, sendo que a taxa de juro média dos empréstimos às empresas “voltou a subir e fixou-se em 4,01% (3,72% em outubro)”.
O BdP explica que a “subida verificou-se tanto nos empréstimos até um milhão de euros (de 4,04% para 4,27%) como nos empréstimos acima de um milhão de euros (de 3,21% para 3,64%)”.
A par dos empréstimos, as famílias depositaram mais dinheiro nos bancos, com os depósitos a prazo a totalizarem 4 871 milhões de euros, com a remuneração a corresponder a uma taxa de juro média de 0,35% (0,24% em outubro), um “máximo desde dezembro de 2016”.
Dos depósitos constituídos em novembro, 88% foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,31%. A remuneração média dos novos depósitos a prazo até um ano constituídos pelos particulares “continuou a afastar-se da média da área do euro: 0,13 pontos percentuais em junho, 0,60 em outubro e 0,81 em novembro”.
Já os novos depósitos a prazo de empresas totalizaram 4 432 milhões de euros, dos quais 4348 milhões com prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,77% (0,44% em outubro).
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