//Lay-off na Bosch “nem se justificava”

Lay-off na Bosch “nem se justificava”

O período de lay-off na empresa Bosch, em Braga, estava anunciado até abril, mas chegou ao fim esta segunda-feira após três semanas de suspensão do trabalho que não abrangeu todos os funcionários. Foi o caso de Ana Cerqueira que não chegou sequer a parar.

“Não tive lay-off da minha linha, nem reduzi o horário. A minha linha de produção esteve a trabalhar a 100%, mas houve linhas que não”, conta a trabalhadora à entrada de mais um turno na unidade de produção da multinacional em Braga.

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Já Cristina Dores ficou em casa uma semana. “Estava à espera de que fosse pior”, atira a funcionária, que se confessa “um bocadinho aliviada” com o anúncio do fim do lay-off.

Ainda assim não afasta o receio que a situação se possa vir a repetir. Não por “falta de material”, mas por “outras razões” porque, adianta, “em termos de novos projetos não está muito fácil”.

No caso de Joana Ferreira foram três dias de lay-off. “Nem se justificava”, atira pronta a funcionária lembrando que nos dias que trabalhou “sempre teve muito trabalho”.

Ao final do mês foram “menos 194 euros”. “Deram-me de compensação 18 euros pelos três dias. No total, com os descontos, foram menos 150 euros”. “São contas que não batem certo”, queixa-se Joana.

“A empresa fez uma redução de horário e não uma suspensão”

Maximiliano Pereira, da comissão de trabalhadores da Bosch, fala numa decisão “precipitada” por parte da multinacional em avançar com o lay-off.

“Partimos para o lay-off e depois, a maior parte dos trabalhadores esteve um pouco mais do que dois ou três dias em casa, em três semanas. A empresa fez uma redução de horário e não uma suspensão”, explica o representante da comissão- que reconhece que a falta de componentes eletrónicos que esteve na origem da decisão da empresa foi “prontamente resolvida”.

Apesar da escassez de material estar, por agora, assegurada, Maximiliano Pereira acredita que há razões para preocupação. Não tanta pela falta de material, mas pelas novas formas de produção com novos produtos.

“A cidade de Braga vai ter de se preparar também para esta situação”, alerta.

“Estamos a falar de um produto que precisa de uma linha de produção com 20 a 25 trabalhadores, passe a trabalhar em linhas onde só gasta dois trabalhadores. A questão que se coloca aqui é o que vamos fazer com os restantes trabalhadores”, antecipa Maximiliano, que admite que o futuro pode ser “pessimista”.

A Bosch de Braga anunciou que iria entrar em lay-off no início de novembro devido à falta de componentes eletrónicos. O período de suspensão de trabalho, que afetava 2.500 trabalhador, estava previsto até abril, mas durou três semanas.

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