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O ministro das Finanças defende a manutenção da flexibilização das regras europeias que limitam o valor máximo do défice a 3% do produto interno bruto (PIB) até que esteja ultrapassada a crise pandémica.
Na audição esta segunda-feira no Comité dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, João Leão, afirmou que é importante manter os atuais apoios à economia. “É importante não retirar os estímulos cedo de mais e garantir que a cláusula de escape se mantém em vigor enquanto não regressarmos aos níveis pré-crise, de 2019″, adiantou o ministro, numa resposta ao eurodeputado português do grupo socialista, Pedro Silva Pereira.
De acordo com os tratados da União Europeia (UE), em caso de ocorrência excecional não controlável e que tenha um impacto significativo na situação das finanças públicas, ou em períodos de recessão económica grave que afete a área do euro ou toda a União, os Estados-membros podem ser autorizados a desviarem-se temporariamente da trajetória de ajustamento orçamental, desde que tal não ponha em risco a sustentabilidade orçamental a médio prazo. E foi essa cláusula geral de exclusão que a a UE ativou em março do ano passado.
Agora, o ministro das Finanças, enquanto presidente do Conselho de Ministros das Finanças da UE (ECOFIN), diz que deve manter-se até que a atividade económica regresse aos níveis pré-pandemia de 2019.
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João Leão defende que, além da suspensão desta regra dos tratados, os apoios que estão em vigor continuem até que se verifique a recuperação económica, o que, tendo em conta a violência da terceira vaga da pandemia pode demorar mais tempo a chegar do que o inicialmente previsto.
“A terceira vaga da pandemia está a ser bastante mais intensa e mais forte do que era esperado e, portanto, vai afetar as perspetivas económicas de recuperação este ano em toda a Europa”, começou por dizer o ministro das Finanças, numa resposta à eurodeputada do PPE, Lídia Pereira.
“Torna mais urgente garantir que o plano de recuperação europeu e que os diferentes planos nacionais são aprovados o mais depressa possível para garantir que chegam ao terreno e a economia começa a sentir os efeitos desses planos”, defendeu na audição desta segunda-feira.
“Com o efeito que a pandemia está a ter este ano na economia é importante não retirámos os estímulos à economia cedo de mais, não só apoiar a manutenção do emprego e a capacidade produtiva das empresas vamos precisar de mantermos estes apoios até passarmos para a fase de forte recuperação forte da economia europeia”, frisou.
Também nesta segunda-feira, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, admitiu estender os apoios ao emprego ao segundo semestre “caso seja necessário”.
“A recuperação da economia é uma preocupação absolutamente essencial, mas o tema mais essencial é a normalização da situação sanitária”, disse o governante hoje durante a conferência digital “Retomar Portugal – Comércio Internacional”, organizada pela TSF/JN.
Lembrando o caráter “temporário desta crise”, Siza Vieira sublinhou que “as empresas estão mal porque não há clientes” e, por isso, “nesta altura o que o Governo quer é continuar a estender apoios que permitam às empresas aguentarem até à recuperação da procura”.
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