//Líder do CDS diz que não negociou com Governo voto na descida do IVA da luz

Líder do CDS diz que não negociou com Governo voto na descida do IVA da luz

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, garantiu este domingo que o partido não fez depender a sua posição no IVA da eletricidade “de nenhum tipo de contrapartida”, tendo apenas transmitido ao Governo que considerava a “medida irresponsável”.

“Eu vi noticiado em alguns órgãos de comunicação social que o CDS tinha estendido a mão ao Governo. Quero ser absolutamente claro nesta matéria. O CDS-PP não faz favores ao Governo socialista”, começou por responder aos jornalistas, à margem do 38.º Congresso, quando questionado sobre o voto contra no Orçamento do Estado para 2020 das propostas que pretendiam descer o IVA da eletricidade, entre as quais uma do PSD.

De acordo com o líder democrata-cristão, o CDS-PP manteve a “posição absolutamente coerente do início ao final do processo”, garantindo que não dança “com o Bloco de Esquerda nem com o PCP”.

“A medida, aos olhos do CDS, foi irresponsável e é verdade, quando o Governo, à semelhança do que fez com outros partidos, contactou o CDS, nós dissemos apenas, tão só, qual seria a posição do partido”, respondeu.

Francisco Rodrigues dos Santos assegurou que o partido não fez depender a sua posição do CDS de “nenhum tipo de contrapartida nem medida a ser aprovada em sede parlamentar”.

“O CDS tem um papel previsível, coerente, seguro e estamos absolutamente conscientes de que fizemos não oposição ao nosso país, mas servimos os portugueses de modo a que não se instalasse uma crise política, uma situação de desgoverno e não quisemos reeditar um caso que para o centro-direita deixou as suas marcas que foi o famigerado episódio dos professores”, criticou.

O líder do CDS-PP espera que “a partir deste congresso a escada esteja lançada” e que seja possível “estabelecer estes canais de comunicação para que soluções que sejam úteis aos portuguesas possam ser tomadas em convergência com partidos que têm esta comunhão de ideias e de valores que podem ser traduzidos em boas políticas para o país”.

“Ora, o que se viu não foi isso. Uma medida tornou-se absolutamente irresponsável, cujas compensações não permitiriam acomodar do ponto de vista orçamental a descida desse mesmo IVA e quem pagaria, mais ou cedo ao mais tarde, seriam os portugueses”, condenou.

Rodrigues dos Santos sabe “como é que estas histórias começam” e também pode “adivinhar como acabam”.

“É certamente com o Governo aumentando a carga fiscal por outra via, indo ao bolsos dos portugueses, colocando-os numa situação de ainda maior ameaça e de esbulho por parte da administração fiscal”, disse.

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