//Lisboa arrecadou metade da receita do turismo nacional

Lisboa arrecadou metade da receita do turismo nacional

O turismo gerou em 2017 mais de 13,7 mil milhões de euros – metade da receita nacional – e foi responsável por 182 mil postos de trabalho na Região de Lisboa, revela um estudo realizado para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL).

As conclusões do estudo do impacto macroeconómico do turismo na cidade e na região de Lisboa, realizado pela consultora Deloitte, foram apresentadas esta segunda-feira.

De acordo com os dados, na região, em 2017, foram gerados direta ou indiretamente pela atividade turística mais 49 mil postos de trabalho relativamente a 2015, data do último estudo, e mais 54 mil face a 2005, quando a instituição encomendou a primeira avaliação.

A riqueza gerada na região situou-se em 2017 em 13,7 mil milhões de euros, enquanto em 2015 tinha sido de 8,7 mil milhões de euros, e, em 2005, de 3,8 mil milhões de euros.

Reduzindo a geografia apenas à cidade de Lisboa, em 2017, o turismo foi responsável direta ou indiretamente por 93 mil postos de trabalho, mais 20 mil do que em 2015, e mais 26 mil do que 2005.

A atividade turística gerou, em 2017, na capital, mais de 10 mil milhões de euros de riqueza, mais quatro mil milhões do que em 2015, e mais oito mil milhões do que em 2005.

A maioria dos turistas estrangeiros que visitaram Lisboa é proveniente do Brasil, França, Espanha, Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido e Itália, tendo gastado, em média, 161,1 euros por dia, numa permanência média de 2,3 noites na região.

O estudo identifica também os desafios da atividade turística na região, sendo o desenvolvimento dos transportes, do lado das políticas de mobilidade, e a diversificação dos produtos oferecidos, da parte dos operadores, dois fatores apontados.

O diretor da ATL, Vítor Costa, relaciona estes dois aspetos com o desafio maior de passagem a um “patamar diferente enquanto destino turístico”: “É bom que a cidade de Lisboa tenha muita atratividade e seja âncora, mas queremos passar a um patamar mais vasto em termos territoriais, de um destino turístico que tem 550 mil habitantes para um destino turístico que tenha 2,8 milhões, que é a Área Metropolitana”.

Vítor Costa sublinhou, em declarações à Lusa, que a “questão da mobilidade externa – o aeroporto, porque mais de 90% dos turistas chega de avião -, e da mobilidade interna” são essenciais para se ter “uma cidade a duas margens”, num efeito que potencia também o investimento privado diversificado e descentralizado dentro da região.

“Para se ficar no Seixal, por exemplo, que é muito perto de Lisboa, é preciso que haja também hotelaria no Seixal, e isso implica investimento privado. O nosso território é pequeno, mas com muitos recursos. As pessoas precisam é de se deslocar, e de ter a noção que estarão sempre em Lisboa, dormindo em Almada ou em Setúbal. A marca principal será sempre Lisboa”, sustentou.

De acordo com o estudo, há mais 21 mil quartos de alojamento local face a 2015 e mais 1.786 quartos de hotel, notando-se igualmente uma “melhoria da ‘performance’ operacional”, com a taxa de ocupação a passar para 77,5% (71,7% em 2015) e o preço por quarto disponível (o chamado RevPar) a atingir os 77,7 euros, quando em 2015 era de 59,6 euros.

“Hoje temos maior rentabilidade da hotelaria, ao nível do indicador designado ‘RevPar’, que combina a ocupação com o preço, temos o melhor, de longe, do país, muito acima da média nacional, aproximando-se dos melhores exemplos europeus”, salientou Vítor Costa.

O estudo indica ainda que 94% chegou de avião e que 92% visitou Lisboa em lazer, sendo que 76% o fez num registo de ‘city & short break’. Cerca de 10,5% já visitou Lisboa mais do que uma vez.

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