O Centro Colombo, em Lisboa, investiu no reforço das medidas de higiene e segurança para os trabalhadores e clientes da superfície comercial e diz estar preparado para “abrir já”, apesar de não saber ainda quando o poderá fazer.
No dia da reabertura das lojas dos centros comerciais do país, exceto em Lisboa, um cliente aproxima-se de uma das portas de acesso ao Colombo, que nunca fechou totalmente para garantir o acesso a bens de primeira necessidade, e é abordado por um segurança que lhe indica que só pode entrar com máscara na cara.
“Estamos preparados para abrir já. Vamos aguardar novas normas e, no momento em que elas saírem, no dia seguinte estamos a implementá-las”, garantiu aos jornalistas o diretor do Centro Colombo, Paulo Gomes.
Os preparativos para a abertura hoje das lojas da maior superfície comercial do país, que pertence à Sonae Sierra, estavam ultimados, mas a evolução dos casos de contágio por covid-19 na zona de Lisboa levou o Governo a adiar a decisão para dia 04 de junho, “trocando as voltas” aos lojistas dos ‘shopings’ desta região.
Além da permanência de vigilantes nos acessos ao centro para garantir a utilização de máscara, estão também entre as medidas adotadas para minimizar o risco de contágio pelo novo coronavírus a instalação nas escadas rolantes de um equipamento de desinfeção automática dos corrimãos, através de raios UV e de mais de 200 dispensadores de gel desinfetante pelo centro.
Foi ainda feito o reforço das equipas de limpeza, a colocação de sinalética e avisos através do sistema de som sobre as boas práticas de conduta social e a adoção de um sentido de circulação dentro do ‘shopping’, indicado por setas coladas no chão.
Apesar de não esperar que se atinja o número máximo permitido de clientes dentro do centro comercial (o Colombo tem uma área bruta locável de 114.854 metros quadrados e no máximo podem estar cinco pessoas por 100 metros quadrados), Paulo Gomes esclareceu que está também pensado um protocolo para, caso atinja a sua capacidade máxima, fechar o edifício, passando apenas a entrar um cliente por cada outro que saia.
“Nós não queremos ter aqui muitas pessoas, queremos ter aqui muita segurança”, sublinhou o diretor do centro comercial.
O centro tem também preparado um sistema de ‘drive-in’, que permite aos visitantes recolherem as suas compras sem sair do carro, depois de terem feito a sua encomenda ‘online’ ou por telefone e uma aplicação para ‘smartphones’, Na Fila, para que possam ter acesso ao número de pessoas e de carros que se encontram no espaço, atualizado de 15 em 15 minutos.
“Estamos preparados para lidar com as filas”, assegurou Paulo Gomes.
Descontente por não poder reabrir está o sócio-gerente do Estúdio Solar Look Good, Reinier Kuipers, que refere um “impacto dramático” no seu negócio e diz mesmo que tem o ano “completamente estragado”.
Pronto para abrir no dia 04 de maio, tal como os cabeleireiros e centros de beleza, Reinier Kuipers defende que não há qualquer razão para os solários estarem fechados neste momento, tendo também já reforçado as medidas de higiene e segurança no seu espaço.
Quanto às rendas, Kuipers defende que enquanto não abrir, não deveria ter de as pagar, mas adianta que isso é ainda um assunto que está a ser discutido com a direção do centro.
Também a diretora de ‘marketing’ da Perfumes & Companhia, Isabel Costa Cabral, admite que este é um momento em que os lojistas e as direções dos centros comerciais têm “interesses opostos” no que diz respeito às rendas, mas acredita que chegarão a uma solução que agrade às duas partes.
Segundo Isabel Costa Cabral, o impacto das medidas de confinamento nas vendas daquela cadeia de perfumarias foi “muito grande”, com quebras de faturação superiores a 80%.
Mediante a natureza do negócio, há lojas que tiveram de pensar em medidas específicas para evitar o contacto desnecessário.
Na Perfumes & Companhia, por exemplo, foram retirados os frascos que os clientes podiam usar para experimentar os perfumes (‘testers’) e cancelados todos os serviços de maquilhagem.
Já na loja de roupa e acessórios Parfois, os provadores estão interditos e se os clientes experimentarem alguns produtos, como os óculos de sol, por exemplo, estes são desinfetados imediatamente a seguir, explicou a diretora de ‘marketing’ daquela cadeia de lojas, Vicky Sensat.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que na sexta-feira foi prolongada até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
Novas medidas entraram em vigor hoje, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, que continuarão encerrados até, pelo menos, 04 de junho), dos ginásios ou das salas de espetáculos.
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