//Lisboa tem um plano para mostrar novos pontos de interesse aos turistas

Lisboa tem um plano para mostrar novos pontos de interesse aos turistas

Sustentabilidade é a palavra de ordem no 6 ª Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa nos próximos quatro anos, mais do que nunca a assumir que Lisboa cidade tem limitações, como referiu o presidente da autarquia, Fernando Medina, na apresentação que teve lugar esta segunda-feira, no Palácio Nacional da Ajuda. Todas as potencialidades da região e dos seus 18 municípios devem ser aproveitadas de uma forma mais sustentável, conciliando o desenvolvimento do turismo com as necessidades dos habitantes.

Por isso, a região tem agora 12 polos: uns já consolidados, outros em desenvolvimento e outros a potenciar, com oferta para todos os gostos e para todas as bolsas, mas apostando cada vez mais no valor acrescentado, à procura, sobretudo, de turistas individuais, famílias e pequenos grupos, em detrimento dos grandes, e de novos mercados do Médio Oriente e asiáticos, sem descurar os europeus, consolidados e os que cresceram nos últimos anos, da América.

Lisboa, um destino único e diverso, que vale muito

O novo Plano Estratégico de Turismo para Lisboa pretende dar protagonismo ao Tejo e gerir os fluxos de turismo por 12 polos, que abrangem os 18 municípios da região.

“Fazer as pazes” com os habitantes da capital, sobretudo nos bairros históricos, mais procurados, oferendo aos visitantes novos pontos de interesse que, também, geram mais-valias para outros municípios, alguns ainda a dar os primeiros passos na atividade turística.

Sete milhões de turistas, 15 mil milhões de euros de receita, mais de 200 mil empregos. Mais de 20% do PIB da região e 15,4% do emprego são os números do ano passado, que Fernando Medina não se cansou de enfatizar e que só podem ser “esticados” com a integração regional de toda a diversidade.

Um destino, 12 polos para todos os gostos

Os 12 polos estão divididos em três categorias: consolidados, em desenvolvimento e a potenciar.

O Polo Lisboa Centro inclui os bairros históricos, onde a prioridade é regular os fluxos, mas também promover novas áreas, como a Praça de Espanha, Alcântara e o Intendente.

No próximo ano, as obras no Palácio Nacional da Ajuda deverão estar concluídas de forma a acolher o Museu do Tesouro Real, o que permite ao Polo Belém-Ajuda focar-se na promoção dos conteúdos culturais e tentar atingir um maior equilíbrio na utilização turística numa área com grande pressão turística, sobretudo à volta do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém.

O Polo Sintra foca-se na oferta de um turismo de maior valor, apostando na duração da estada e pernoita, no reforço das soluções de mobilidade e na divulgação das riquezas arqueológicas.

Bem perto, o Polo Cascais está direcionado para a oferta de hotelaria e restauração de luxo, captação de grandes eventos mediáticos, dinamização do golfe e como “hub” náutico de luxo.

O quinto polo já consolidado é o da Ericeira. O objetivo é reforçar o posicionamento como destino sustentável de surf e alavancar o seu reconhecimento como “Reserva Mundial de Surf”.

O Plano Estratégico, aprovado pela Entidade Regional de Turismo e pela Associação de Turismo de Lisboa, considera que o rio Tejo ainda é o principal obstáculo à mobilidade na região, dividindo o destino em dois e limitando a dinamização da margem sul. Por isso, a criação do Polo Tejo deverá transformar o rio num ativo turístico, nomeadamente, através do novo cais do Tejo e da Rede Cais do Tejo.

Segundo o documento, no Polo Lisboa Oriente deverão ser alavancadas as infraestruturas já existente no Parque das Nações, explorada a vocação de Marvila e Beato “enquanto zonas jovens e ‘trendy’”, em harmonia com a raiz tradicional local. Loures tem maior galeria de arte urbana da Europa, sobretudo na Quinta do Mocho e os seus conteúdos vão ser potenciados a nível turístico. As Jornadas Mundiais da Juventude, em 2022, são vistas como evento estruturante.

Mafra é outro polo em desenvolvimento. Ligado ao seu estatuto de Património Mundial terá de qualificar o seu património cultural e natural, criando novas infraestruturas e dinamizando um “cluster” ligado à música (os carrilhões e o Museu da Música).

Nesta categoria, surge ainda o Polo Arrábida, que vai centrar-se no Turismo de Natureza, apostando no “sol e mar”, sem descurar a revitalização de ativos históricos com o objetivo de criar novos conteúdos culturais.

A contar com os efeitos positivos que a construção do novo aeroporto no Montijo irá gerar na zona, a Entidade Regional de Turismo de Lisboa criou o Polo Arco Ribeirinho Sul, que vai dedicar-se muito à exploração turística fluvial do Tejo e que deverá desenvolver-se á volta do megaprojeto imobiliário “Cidade da Água”, em Almada. Este é um dos três polos a potenciar.

Contam-se ainda o Polo Reserva Natural do Estuário, também dedicado ao Turismo de Natureza, com a serra e praias.

Finalmente, o Polo Costa da Caparica deverá centrar os seus esforços na qualificação das infraestruturas de acesso às praias e alojamento de qualidade.

Turismo em Lisboa, para quem?

Turismo com sustentabilidade económica, social e ambiental. A pensar em toda a região, o Plano Estratégico para os próximos quatro anos aposta nos segmentos “visitante individual, famílias e pequenos grupos”, os que “proporcionam melhor integração com os residentes”, em detrimento dos grandes grupos.

Quanto a mercados, a região vai usar os media locais e os programas digitais para se promover cada vez mais nos mercados do Médio Oriente e Ásia, em crescimento nos últimos anos. Por exemplo, Japão, Coreia do Sul, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Catar, Israel, Irão, Arábia Saudita ou Rússia.

Especial atenção para os mercados atlânticos de maior crescimento nos últimos anos (Estados Unidos, Canadá e Brasil), sem esquecer os europeus, consolidados: Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Suíça, Áustria, Espanha, Escandinávia e Itália.

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