O IVA “não desce amanhã”
Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), diz que o acordo assinado é uma boa notícia para os portugueses, relembrando, porém, que uma decisão política anterior (medida discutida entre o Governo e APED em setembro do ano passado) não avançou, mas que “em boa hora é agora corrigida para uma evolução natural do combate à inflação em que todos somos chamados a estar presentes”.
“Do lado da APED e da distribuição alimentar sempre defendemos que, não chegava apenas baixar o IVA, era preciso apoiar a produção nacional porque os preços têm aumentado em toda a cadeia”, acrescenta, destacando que a “conjugação” da descida do IVA e os apoios à produção vão “ajudar, com certeza, a que os preços baixem ‘sustentadamente’, assim o mercado ajude”, salvaguarda.
Contudo, o diretor-geral da APED, relembrou ainda que o IVA “não desce amanhã”, mas que “vai descer quando estiverem publicados os diplomas”. Assim, “em 15 dias, o retalho alimentar estará pronto para assumir as suas responsabilidades”, estimou.
O primeiro-ministro, António Costa, começou por lembrar que as recentes crises – pandemia e financeira – e a guerra na Ucrânia tiveram um grande impacto no aumento do custo de vida. E adaptando o ditado popular para “Casa onde há inflação, todos ralham e todos têm a sua parte da razão”, destacou que os consumidores são “os que sentem no dia-a-dia o aumento dos custos dos bens”, incluindo “os bens alimentares”, mas que os produtores também têm razão devido ao aumento dos custos dos factores de produção e da energia, e as empresas de distribuição devido ao aumento dos custos com os fornecedores.
Costa sublinhou ainda que o Governo vai “acompanhar a progressão dos preços” e garante que o compromisso que o retalho assumiu é o de que a diminuição do IVA será repercutida nos preços.
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