//Luanda Leaks: BPI continua a querer reduzir posição no angolano BFA

Luanda Leaks: BPI continua a querer reduzir posição no angolano BFA

O Banco BPI continua a seguir a recomendação do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir a sua participação no capital do angolano Banco de Fomento Angola (BFA) mas não tem uma data-limite para o fazer.

O BPI, do espanhol CaixaBank, é dono de 48% do BFA, que tem ainda como acionista Isabel dos Santos. A empresária angolana tem os seus bens e contas bancárias arrestados em Angola e é arguida num processo em que é suspeita de alegados desvios de fundos, nomeadamente da Sonangol.

“Nós continuamos a ter a mesma recomendação do banco central, de reduzir, não vender tudo, reduzir a nossa posição no BFA. Felizmente, não temos data-limite”, disse Pablo Forero, presidente-executivo do BPI, esta segunda-feira, na conferência de apresentação dos resultados do banco de 2019.

Adiantou que desconhece se o BFA foi questionado pela Procuradoria-Geral de Angola em relação a operações bancárias que envolvam Isabel dos Santos. “Tanto quanto sei – nós não estamos no dia-a-dia (do BFA) – pode ter acontecido e não sabemos”, afirmou.

Sobre a alteração dos órgãos de gestão do BFA, em janeiro deste ano, Forero lembrou que o mandato da anterior gestão terminou a 31 de dezembro de 2019. Salientou que, apesar de ficar concluída em janeiro, a mudança dos órgãos sociais do BFA foi decidida no ano passado, antes de rebentar o caso Luanda Leaks. “Toda a discussão e combinação e decisão de mudança foi feita em 2019, muito antes do que aconteceu”, adiantou.

Questionado sobre a mudança acionista da angolana Unitel, acionista do BFA, Forero comentou: “o que significa é que a estrutura social (acionista) da Unitel fica mais consolidada e, portanto, fica um bocado mais tranquila”.

A Sonangol comprou a fatia de 25% que a brasileira Oi detinha na operadora de telecomunicações Unitel por 939 milhões de dólares. A petrolífera estatal angolana passou a controlar 50% do capital da Unitel. Isabel dos Santos é acionista da operadora angolana, com uma fatia de 25%, através da Vidatel. Esta participação foi uma das que foi arrestada pelo Estado angolano no final do ano passado.

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