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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou o primeiro trimestre com um resultado líquido de 81 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, uma quebra de cerca de 6,5% face aos 86,2 milhões registados em igual período do ano passado.
A descida é explicada pelo facto de as contas do primeiro trimestre incluírem os custos regulatórios para o exercício de 2021, o que teve um impacto no resultado de 52,7 milhões de euros. Como explicou Paulo Macedo na conferência de imprensa a meta do indicador ROE (retorno sobre o capital próprio) “foi afectado pelo facto de a Caixa contabilizar nos últimos anos todos os custos regulatórios que o setor bancário regista no primeiro trimestre”.
Os rácios de capital “CET 1, Tier 1 e Total situaram-se em 18,0%, 19,1% e 20,6%, respetivamente, acima da média dos bancos portugueses e europeus, evidenciando a robusta e adequada posição de capital da CGD”, informou o banco em comunicado emitido à CMVM.
Paulo Macedo sublinhou ainda que o banco registou uma melhoria da qualidade de ativos, com uma descida dos créditos não produtivos (NPL) : “o rácio NPL líquido de imparidades totais é de 0%” e o “rácio NPL reduziu para 3,6% e nível de cobertura específica reforça para 63,6% vs 44,9% média dos bancos europeus”. Todos estes números levam Paulo Macedo a considerar os resultados do primeiro trimestre como “robustos”.
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Nos três primeiros meses do ano a CGD reforçou as imparidades de crédito como medida preventiva para os eventuais impactos do contexto económico na qualidade da carteira de crédito, nomeadamente com o fim das moratórias. No entanto, o banco sublinha que “até à data não existem sinais de deterioração da mesma”. “A imparidade de crédito líquida de recuperações registou 35,9 milhões de euros, um acréscimo de 26,5 milhões face ao trimestre homólogo do ano anterior, o que se traduziu num custo de risco de crédito de 29 p.b. que compara com 7 pb nos primeiros três meses de 2020”, detalha a CGD. “Deste modo, e considerando o reforço já efetuado em 2020, a CGD tem no seu balanço cerca de 370 milhões de euros de imparidades preventivas para fazer face aos potenciais impactos na qualidade da carteira de crédito”, acrescenta.
A evolução positiva das rubricas de resultados de operações financeiras, de resultados de serviços e comissões e custos de estrutura não foi, contudo, suficiente para reverter o efeito negativo da evolução da margem financeira e dos outros resultados de exploração. Nos primeiros três meses de 2021 “a margem financeira diminuiu 30,2 milhões de euros (- 11,5%) face ao mesmo período do ano anterior, afetada, em especial pela queda das taxas de juro no mercado, com reflexo direto nos indexantes da carteira, bem como pela baixa generalizada dos spreads nas novas operações, fruto da competitividade do mercado”.
Quanto às comissões líquidas, foi registado um aumento de 2,7 milhões de euros (+2,2%) face ao período homólogo. “Este aumento está suportado na redução das comissões pagas, bem como nas comissões associadas à colocação de fundos de investimento dado que a generalidade das comissões cobradas registou descidas em virtude das restrições na atividade económica e das novas limitações legais”. Também os resultados de operações financeiras aumentaram, +12,7 milhões de euros (+38,9%).
Os custos de estrutura totalizaram 231,2 milhões de euros nos primeiros três meses de 2021, valor 14,8% aquém do registado no período homólogo de 2020. Em termos recorrentes a redução dos custos foi de 6,2%, “o que se traduziu num rácio cost-to-income recorrente de 50,6%, estabilizado face ao atingido no primeiro trimestre de 2020”.
(Notícia atualizada)
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