“O Grupo Crédito Agrícola registou um resultado líquido consolidado, no primeiro semestre de 2020, de 50,1 milhões de euros (-32,7% face ao período homólogo), para o qual o negócio bancário contribuiu com 40,1 milhões de euros (-36,5% face ao período homólogo), num período fortemente marcado pela pandemia provocada pelo coronavírus (covid-19)”, pode ler-se num comunicado hoje enviado pela instituição às redações.
Devido aos efeitos da pandemia de covid-19, o grupo bancário constituiu “uma provisão extraordinária de 17,4 milhões para salvaguardar riscos potenciais relacionados com o reconhecimento de imparidades na carteira de crédito e desvalorização de unidades de participação de fundos imobiliários”.
No exercício, as imparidades e provisões alcançam os 36,4 milhões de euros, depois de uma reversão de 5,4 milhões no mesmo período de 2019.
As imparidades de crédito acumuladas em 30 de junho de 2020 foram de 391 milhões de euros, “valor que confere um nível de cobertura de NPL [‘non-performing loans’, crédito malparado] por imparidades de 41,8% e uma cobertura de NPL por imparidades e colaterais de 128,4%”.
Já o total de imparidades e provisões acumuladas ascendeu aos 602 milhões de euros no final de junho, uma diminuição de 55 milhões de euros face ao mesmo período de 2019.
De acordo com a instituição, o rácio bruto de crédito malparado situava-se nos 8,9% no final de junho.
A instituição assinalou ainda que “a carteira de crédito (bruto) a clientes do grupo Crédito Agrícola ascendeu a 10,8 mil milhões de euros, uma variação positiva de 5,8% nos últimos 12 meses”.
Segundo o grupo liderado por Licínio Pina, “este aumento reflete o apoio disponibilizado às famílias e empresas clientes do Grupo CA no actual contexto da crise do COVID-19, facto que contribuiu para o reforço de quota de mercado de crédito do Grupo Crédito Agrícola para 5,7%”.
Já os depósitos bancários “totalizavam cerca de 15,8 mil milhões de euros, valor que evidencia um crescimento, em termos homólogos, de 11,2% correspondente a 1.590 milhões de euros”.
No entanto, a margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e cobrados nos créditos) “diminuiu 6,4 milhões de euros (-3,9%) em relação ao período homólogo” de 2019, com a margem técnica do negócio segurador a registar uma variação, no mesmo período, “de -8,9 milhões de euros (-29,6%), tendo as comissões líquidas aumentado 6,2 milhões de euros (+13,2%)”.
O grupo liderado por Licínio Pina assinalou ainda que “nos primeiros seis meses de 2020, os resultados registados nos veículos de desinvestimento imobiliário (nomeadamente via desvalorização de unidades de participação) penalizaram os resultados consolidados em -4,7 milhões de euros”.
Em termos de rácios de capital, o CET1 (‘common equity tier 1’) foi de 16,8% no primeiro semestre, tendo o rácio de cobertura de liquidez atingido os 409%.
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