//Lucro do Santander Totta aumenta 64% para 547 milhões de euros

Lucro do Santander Totta aumenta 64% para 547 milhões de euros

“Os resultados estão à vista”, diz o CEO do Santander Totta, que fechou o primeiro semestre com lucros de 547,7 milhões, mais 64,2% do que em igual periodo do ano anterior.

Pedro Castro e Almeida diz que “a atividade continua a crescer de uma forma sustentada, mesmo num contexto de taxas de juro mais baixas”. No entanto, Manuel Preto, avisa que “é normal que a tendência nos próximos trimestres seja de algum desaceleramento, devido à queda das taxas de juro”,

A sustentar o resultado nos primeiros seis meses do ano esteve o aumento da margem financeira, a diferença estre os juros cobrados pelos créditos e os que o banco paga nos depósitos. Subiu 47% para 862,2 milhões de euros, apesar do presidente afirmar que o pico da rentabilidade já ter sido atingido.

As comissões aumentaram 0,5%, para 232,3 milhões, e o produto bancário subiu 34% para 1,11 mil milhões de euros. O crédito subiu, sobretudo graças às empresas, onde o aumento é de 28,3% para 22,3 mil milhões de euros, para a habitação cresceu apenas 1% para 22,7 mil milhões. Os depósitos também seguem praticamente estabilizados, nos 36,7 mil milhões de euros.

Em final de mandato, Pedro Castro e Almeida deixou ainda a garantia de que vai continuar na liderança do banco. “A vida muda todas as semanas, a minha expectativa é que sim”, diz o gestor.

Impacto da garantia pública no crédito à habitação vai ser muito limitado

O presidente executivo do Santander Totta não acredita que a medida do governo para facilitar a compra da primeira habitação por jovens até aos 35 anos vá resolver os problemas do setor. “Acreditamos que o impacto desta medida vai ser muito limitado”, diz Pedro Castro e Almeida.

Para o gestor, é necessário “ajustar as expectativas”, porque a medida “não vai permitir a todos os jovens, de repente, começarem a comprar casa”, mas apenas aos que têm capacidade para pagar a prestação ao banco. Ou seja, depende da taxa de esforço.

“Há muitos países da Europa que adotaram medidas parecidas e o impacto foi em menos de 1% dos empréstimos feitos. Mesmo assim, Pedro Castro e Almeida diz que a medida é positiva, ainda que não resolva o problema da habitação. “Há um problema de fundo que importa analisar e que tem a ver com a falta de oferta e o preço das casas em Portugal e, em segundo lugar, com a fiscalidade relacionada com a habitação”, defende.

Sublinha ainda que, em Portugal, o IVA na habitação é de 23%, o IMT pode ir até 8% a que se junta os 0,8% de imposto de selo. Em Espanha ou Itália o IVA é de 10% e 4%, respetivamente, e não há IMT nem imposto de selo na compra da primeira casa.

Ainda segundo um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal foi onde menos se construiu casas na última década.

“Fala-se muito na saída dos jovens e da questão dos salários; eu diria que, na minha opinião, este é o principal fator que leva a que seja cada vez mais difícil viver em Portugal”, diz Pedro Castro e Almeida.

Ver fonte

TAGS: