Três bancos portugueses registaram lucros recorde em 2023, e um quarto esteve perto de o fazer. O Novo Banco, o Santander, o BPI e o Montepio apresentaram esta sexta-feira os resultados e lucraram, juntos, quase 1,6 mil milhões de euros.
O campeão do crescimento dos lucros é o Santander. Com uma subida de 57% face ao ano anterior, o banco registou 894,6 milhões de euros em lucro em 2023 – o maior valor desde que o banco chegou a Portugal. Em 2022, o banco teve um resultado líquido de 568,5 milhões de euros.
Os lucros de 2023 devem-se não só à “subida das taxas de juro” como ao “trabalho de transformação comercial e digital”, assinalou o presidente executivo do banco, Pedro Castro, na conferência de imprensa. O banco ganhou 70 mil clientes.
No caso do Novo Banco, o crescimento é menor, mas continua a ser robusto. A instituições fechou as contas de 2023 com lucros de 743,1 milhões de euros, mais de 35% acima dos 560 milhões de euros de lucros de 2022.
O comunicado enviado pelo Novo Banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) declara o resultado como um reflexo “de um sólido modelo de negócio doméstico”. Quase 316 milhões de euros dos lucros se devem ao crescimento dos produtos bancário.
Já o BPI contribuiu com 419 milhões de euros para os lucros de mais de 4,8 mil milhões do CaixaBank, dono do banco português.
O BPI apenas apresenta os resultados de 2023 na segunda-feira, mas o presidente executivo do CaixaBank adiantou, na apresentação desta sexta-feira, que o banco português teve “de novo um ano muito positivo”.
No caso do Montepio, o lucro é mais modesto e até caiu 16% face ao valor alcançado em 2022, de 33,8 milhões de euros.
A instituição registou um lucro consolidado de 28,4 milhões de euros. O valor é explicado pela venda do Finibanco Angola, que teve um efeito negativo de cerca de 116 milhões de euros. Sem esse prejuízo, o resultado seria de 145 milhões de euros, segundo o que a instituição indicou no comunicado à CMVM. A “maior rendibilidade em 180 anos”, acrescentou.
Os lucros da banca têm gerado propostas de taxação extraordinária das instituições financeiras, tanto do PCP e do BE, como do Chega. Num artigo de opinião no jornal “Público”, Vítor Bento, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, declarou que “interferir fiscalmente sobre a rendibilidade transitória da banca” seria “contraproducente” e “agressivo dos interesses das empresas e das famílias que dela dependem”.
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