//Lucros da EDP crescem 55% até setembro para 460 milhões de euros

Lucros da EDP crescem 55% até setembro para 460 milhões de euros

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Grupo EDP deu esta quarta-feira conta de lucros de 460 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019, o que representa um crescimento de 55% face ao período homólogo, quando a empresa registou lucros que não foram além dos 297 milhões.

Excluindo efeitos não recorrentes, o resultado líquido da empresa recorrente subiu 7% em termos homólogos, para 585 milhões de euros nos primeiros três trimestres do ano, “uma vez que a estratégia de rotação de ativos e o crescimento nas redes no Brasil mais do que mitigaram a fraca hidraulicidade e o aumento dos custos financeiros”, refere o comunicado.

Os eventos não recorrentes incluem: -273 milhões, incluindo a provisão relativa os aspectos inovatórios dos CMEC (-195 milhões), diferença entre o ajustamento final dos CMEC reconhecido em dezembro de 2017 e o aprovado peloGoverno em maio de 2018 (-13 milhões) e a contribuição extraordinária sobre o sector energético (-65 milhões); -125 milhões de provisão relativa à barragem de Fridão (-59 milhões) e a contribuição extraordinária sobre o sector energético (-66 milhões).

Os resultados comunicados à CMVM explicam-se pela boa performance na EDP Renováveis (62% do EBITDA e 1.662 milhões de euros nos nove meses de 2019) e na EDP Brasil.

Em sentido contrário, Portugal deu prejuízo ao grupo (-33 milhões de euros) e Espanha registou uma performance menos positiva entre janeiro e setembro deste ano. Isto deveu-se à situação de seca registada na Península Ibérica (que retirou cerca de 250 milhões de euros aos resultados da empresas nestes nove meses), com uma menor produção hídrica (menos 47% face a 2018), e também a “questões regulatórias”, menciona a EDP.

“As operações convencionais em Portugal (distribuição de eletricidade, produção hídrica e térmica, e comercialização de energia) registaram um prejuízo líquido de 33 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019 (face ao prejuízo de 25 milhões nos primeiros nove meses de 2018), penalizadas pela manutenção de um contexto regulatório e fiscal adverso, a que se adicionou em 2019 um volume de produção de energia hídrica anormalmente reduzido”, refere o comunicado, sublinhando: “A produção hídrica na Península Ibérica baixou 47% face a 2018, impactada, nos primeiros nove meses de 2019, por recursos hídricos 39% abaixo da média histórica em Portugal, o que teve um impacto negativo no EBITDA em cerca de 250 milhões”.

O EBITDA cresceu 10% entre janeiro e setembro de 2019, para os 2,7 mil milhões de euros, tendo contribuído para este resultado todas as áreas de negócio da empresa. Nos ajustamentos ao EBITDA, a EDP dá conta de “items extraordinários: menos 18 milhões de euros nos nove meses de 2018, relativos ao impacto no segundo semestre de 2017 resultante da diferença entre o ajustamento final do CMEC reconhecido em dezembro de 2017 e aprovado pelo Governo em maio de 2018 (menos 5 milhões nas
Renováveis e menos 13 milhões em Clientes e Gestão de Energia)”.

A compensar a menor produção hidroelétrica e eólica, no período, esteve a rotação de ativos levada a cabo pela empresa (que rendeu +200 milhões de euros até setembro) e prevista no plano estratégico apresentado no início do ano, bem como os novos contratos de aquisição de energia sobretudo nos Estados Unidos, que acabaram por cobrir 70% do objetivo de crescimento previsto até 2022.

A apresentação de resultados menciona ainda uma provisão de 87 milhões de euros relativa à barragem do Fridão, relacionada com os custos necessários para a manutenção do projeto, que ainda se mantém em disputa num tribunal arbitram entre a EDP e o Estado.

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