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Os lucros da REN – Redes Energéticas Nacionais desceram 10,1% nos primeiros nove meses deste ano, para 68,4 milhões de euros, face ao período homólogo, adiantou a empresa, num comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Segundo a REN, “o período fica marcado por uma melhoria dos resultados financeiros (5,5 milhões de euros), em consequência da descida do custo médio da dívida (de 1,9% para 1,6%) e da Contribuição Extraordinária para o Setor Energético (-1,1 milhões de euros)”, sendo que “a taxa total de imposto alcançou os 43%, um aumento de 5,8% (3,5 milhões de euros) em comparação com o mesmo período de 2020”, lê-se na mesma nota.
De acordo com a REN, nos primeiros nove meses do ano, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) “baixou 2,6% (-9,1 milhões de euros) para 343,4 milhões de euros, devido sobretudo à redução no valor de taxas de remuneração dos ativos (-6,6 milhões de euros) e a uma menor contribuição do OPEX (-3,4 milhões de euros)”, sendo que “o segmento internacional contribuiu negativamente (-0,9 milhões de euros), apesar da melhoria desse indicador por parte da chilena Transemel (0,3 milhões de euros)”.
A empresa indicou ainda que, quanto ao Capex (investimento), aumentou “36,7% (38 milhões de euros) em comparação com setembro de 2020, atingindo os 141,7 milhões de euros, um valor dentro do planeado numa realidade menos condicionada pela pandemia”.
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De acordo com a REN “as transferências para RAB [base regulada de ativos] aumentaram 267,6% (58,6 milhões de euros) para 80,5 milhões de euros”, sendo que “nos últimos nove meses, a dívida líquida desceu 13,3% para os 2.378,2 milhões de euros, um decréscimo de 363,7 milhões de euros”.
A empresa revelou ainda que “a produção de energia renovável permitiu abastecer 61% do consumo de eletricidade do país nos primeiros nove meses de 2021, um valor superior ao obtido no mesmo período de 2020 (56%)”, sendo que a energia hidroelétrica assegurou 28%, a eólica 24%, a biomassa 7%, e a fotovoltaica 3,7%.
Por sua vez, “a produção não renovável abasteceu os restantes 31% do consumo nos primeiros nove meses, dividida pelo gás natural com 29% e carvão com 2%”, tendo os restantes 8% correspondido a energia importada.
A REN destacou ainda “o valor recorde alcançado na produção mensal de energia solar, que atingiu os 200 GWh [gigawatts/hora] em julho deste ano”.
No que diz respeito ao consumo de gás natural nos primeiros nove meses do ano registou-se, face ao período homólogo, “uma contração de 3,5%, com o crescimento de 4,2% no segmento convencional a não ser suficiente para compensar a quebra de 16% no segmento de produção de energia elétrica”, indicou a empresa.
A REN recordou ainda que em agosto, a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) publicou os seus pareceres sobre o PDIRT (Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade) e o PDIRG (Plano Decenal Indicativo de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte, Infraestruturas de Armazenamento e Terminais de Gás Natural Liquefeito) “recomendando uma redução dos investimentos propostos nas redes de eletricidade e gás natural, posição que conflitua com as atuais políticas governamentais e com a resposta do setor”.
A empresa diz que “está presentemente a avaliar detalhadamente as posições da ERSE relativamente aos projetos de investimento antes de incorporar a sua visão nos documentos a entregar ao Governo”.
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