O BCP teve lucros de 856 milhões de euros em 2023, quatro vezes mais que os 197,4 milhões de euros de 2022, divulgou esta segunda-feira o banco em conferência de imprensa.
“São uns bons resultados, hoje parece que há uma certa que vergonha de as empresas apresentarem resultados, nós temos muito orgulho de apresentar resultados positivos”, disse Miguel Maya em conferência de imprensa no Tagus Park, em Oeiras, considerando que com isso o banco contribui para o desenvolvimento de Portugal e para manter trabalhadores qualificados jovens no país.
A margem financeira (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) subiu 31% para 2.826 milhões de euros em 2023, ano em que o banco também ganhou 139 milhões de euros com a venda da Millennium Financial Services.
O BCP tem uma importante operação na Polónia, que tem dado problemas devido a créditos hipotecários concedidos no passado em francos suíços. Em 2023, o Bank Millennium (Polónia) levou a encargos de 780 milhões de euros devido aos riscos relacionados com esses créditos.
BCP quer distribuir 250 milhões pelos acionistas
O presidente executivo do BCP disse que a comissão executiva propôs pagar aos acionistas dividendos do banco de cerca de 250 milhões de euros relativamente a 2023.
Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, no Tagus Park (em Oeiras), Miguel Maya disse que a proposta é que relativamente a 2023 seja feito “um ‘payout’ de 30%” sobre o resultado líquido de 856 milhões de euros.
Segundo o gestor, depois de em 2022 o banco ter pago em dividendos 10% dos resultados, 2023 foi “um ano de transição” pelo que a proposta é de pagar 30% dos resultados. Já o ano atual, de 2024, é “de futuro, de normalidade”, afirmou.
O BCP tem como principal acionista o grupo chinês Fosun, com uma participação de 20,3% depois de, em janeiro, ter vendido aproximadamente 5,60% do capital do BCP pelo valor de cerca de 235,188 milhões de euros.
Em 23 de janeiro, após a venda, o presidente do Conselho de Administração do BCP (presidente não executivo), Nuno Amado, recusou comentar aos jornalistas a venda pela Fosun, dizendo apenas que o banco “está bem e recomenda-se”.
O segundo maior acionista do BCP é a petrolífera angolana Sonangol, que em final de junho tinha 19% do banco.
[notícia atualizada]
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