O Millennium bcp registou um lucro líquido consolidado de 302 milhões de euros em 2019, o que corresponde a um aumento de 0,3% face ao ano anterior.
“São os melhores resultados do banco nos últimos 12 anos”, disse Miguel Maya, presidente executivo do BCP, esta quinta-feira, na conferência de apresentação dos resultados do banco.
O BCP explica a melhoria dos lucros com “a expansão dos proveitos core em 6,9% e pela redução das imparidades e provisões em 9,9% face ao ano anterior”. Destaca ainda, no comunicado com os resultados, a “evolução favorável do resultado líquido do Grupo, excluindo itens específicos, apresentando um crescimento de 11,7%, face ao ano anterior”.
Excluindo os itens específicos, “o resultado líquido totalizou 369,1 milhões de euros”.
Segundo o BCP, “o resultado em 2019 inclui o impacto negativo de 66,4 milhões de euros considerados itens específicos, referentes a custos de reestruturação e compensação pelo ajuste temporário dos salários reconhecidos na atividade em Portugal e os custos suportados com a aquisição, fusão e integração do Euro Bank S.A., reconhecidos pela subsidiária polaca”.
A margem financeira cresceu 8,8% para 1.548,5 milhões de euros enquanto o produto bancário melhorou 6,9% para 2.338,4 milhões de euros.
Na atividade em Portugal, o BCP registou um resultado líquido de 144,8 milhões de euros, “evidenciando um crescimento de 25,4% face aos 115,5 milhões de euros apurados em 2018, fortemente influenciado pela diminuição significativa das necessidades de provisionamento, sobretudo do crédito, beneficiando também, embora de forma menos expressiva, do aumento dos resultados em operações financeiras”.
“Esta evolução favorável do resultado líquido da atividade em Portugal foi atenuada pelo acréscimo dos custos operacionais e pelo impacto fiscal associado essencialmente ao cenário de taxas de juro”, refere o banco no comunicado com as contas de 2019.
Na atividade internacional, o resultado líquido fixou-se em 143,8 milhões de euros em 2019. “Excluindo os itens específicos, relacionados com os custos suportados com a aquisição, fusão e integração do Euro Bank S.A. anteriormente referidos, o resultado core da atividade internacional cresceu 15,3%, de 443,1 milhões de euros em 2018 para 510,8 milhões de euros em 2019, beneficiando de uma evolução muito positiva dos proveitos core, em especial da margem financeira, que superou em larga medida o aumento verificado nos custos operacionais”.
O polaco Bank Millennium – detido em 50,1% pelo BCP – já tinha anunciado, no início deste mês, uma quebra homóloga de 26% no seu lucro em 2019, para 130,6 milhões de euros. O resultado foi penalizado por custos de integração e provisões do Euro Bank, num montante de 47,7 milhões de euros.
Nos primeiros nove meses de 2019, o BCP registou um lucro líquido de 270,3 milhões de euros, um aumento homólogo de 5%.
Miguel Maya afirmou que “em momento oportuno” o BCP vai apresentar a sua proposta de distribuição de dividendos relativamente a 2019, que será uma proposta “de grande prudência”, “muito conservadora”.
Em termos de rácios de capital, o banco fecho o ano de 2019 com um rácio CET1 fully implemented estimado de 12,2%, uma melhoria de 21 pontos base face a dezembro de 2018. O rácio de capital total estimado foi de 15,6%, “confortavelmente acima dos requisitos definidos no âmbito do SREP”. O banco explicou que a “geração orgânica de capital e emissões de Additional Tier 1 (AT1), em janeiro de 2019, e Tier 2 (T2), em setembro de 2019, mais do que compensaram os impactos da aquisição do Euro Bank S.A. e da atualização da taxa de desconto do fundo de pensões”.
BCP vende dívida portuguesa
O BCP registou ainda, em 2019, um aumento de 82,5% dos resultados em operações financeiras, para 143,3 milhões de euros. Este crescimento “reflete tanto o desempenho da atividade em Portugal, como da atividade internacional, neste caso, especificamente na Polónia e em Moçambique”.
“O crescimento dos resultados em operações financeiras na atividade em Portugal foi potenciado pelos ganhos reconhecidos com a alienação de títulos de dívida pública portuguesa, que ascenderam a 69,4 milhões de euros em 2019, face aos 14,9 milhões de euros registados no ano anterior”, afirma o banco.
O banco registou ainda menos custos com a venda de crédito malparado, com as menos-valias a atingir os 29,1 milhões de euros em 2019 contra 49,4 milhões de euros no ano anterior.
Em termos consolidados, o BCP reduziu a sua carteira de malparado (non-performing exposure ou NPE) em 1,3 mil milhões de euros, com a redução em Portugal a atingir os 1,6 mil milhões de euros.
Comissões bancárias crescem 20,4 milhões em Portugal
O BCP registou, em 2019, comissões líquidas de 703,5 milhões de euros, “evidenciando um crescimento de 2,8% face aos 684,0 milhões de euros registados no ano anterior, beneficiando tanto do bom desempenho da atividade em Portugal, como da atividade internacional”.
Em termos consolidados, o banco salienta”a evolução favorável das comissões relacionadas com o negócio bancário, que aumentaram 5,9% face aos 564,7 milhões de euros apurados em 2018, alcançando 597,8 milhões de euros em 2019″.
Explica que este aumento “refletiu o desempenho observado tanto na atividade em Portugal, como na atividade internacional, cujas taxas de crescimento se situaram em 5,0% e 8,3%, respetivamente”.
Na atividade em Portugal, “as comissões líquidas atingiram 483,2 milhões de euros em 2019, representando um aumento de 1,7% face aos 475,2 milhões de euros apurados em 2018, determinado pelo comportamento favorável das comissões relacionadas com o negócio bancário, que cresceram 20,4 milhões de euros”.
Já as comissões relacionadas com os mercados financeiros, desceram 12,4 milhões de euros, “influenciadas pelo impacto do atual contexto de mercado neste tipo de comissões”.
Atualizada às 17H45 com mais informação
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