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Os bancos europeus deverão continuar a apresentar lucros elevados em 2024, mas menores do que os deste ano, segundo as análises das agências de rating DBRS e Fitch divulgadas esta terça-feira.
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Os bancos europeus deverão fechar este ano com forte rentabilidade, devido ao aumento da margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos), dizendo a DBRS que o ‘return on equity’ (retorno sobre o capital) dos bancos europeus subiu para 11,1% no primeiro semestre.
Segundo a DBRS, Portugal está entre os países com mais altas margens financeiras, a segunda mais elevada, a seguir à Grécia, sendo que também apresentam elevadas margens financeiras Irlanda e Espanha. A agência de rating diz que estes países partilham diversas características que permitem grandes ganhos na margem financeira: mercados com créditos bancários sobretudo a taxas variáveis, os bancos não passarem muito do aumento dos juros para os depósitos e uma proporção menor de depósitos que pagam juros.
Já para 2024, diz a DBRS que espera que os lucros dos bancos permaneçam fortes, embora a níveis mais baixos do que em 2023.
Para o ano, a qualidade dos ativos (desde logo créditos) deve deteriorar-se face a taxas de juro elevadas e maior fraqueza das economias europeias, o que faz antever vulnerabilidades no pagamento dos créditos sobretudo por parte de empresas de alguns setores (retalho, construção, imobiliário e indústria intensiva em energia) pressionadas por altas taxas de juro, inflação, custos da energia e aumentos salariais.
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Também a agência Fitch, numa análise ao setor bancário da Europa Ocidental, considera que deverá continuar forte e lucrativo em 2024, ainda que abaixo do pico de 2023.
“Esperamos que o desempenho dos bancos em 2024 seja apenas ligeiramente mais fraco, uma vez que as taxas de juro permanecerão mais elevadas do que em anos anteriores. Mesmo que os bancos centrais comecem a cortar as taxas em 2024, as taxas elevadas deverão mitigar a pressão esperada sobre as margens”, afirma a Fitch, referindo na sua análise que os encargos com as imparidades dos empréstimos (para fazer face a eventuais perdas) deverão aumentar apenas ligeiramente “desde que a taxa de desemprego também aumente apenas moderadamente”.
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