O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje que o novo “corredor” de hidrogénio e energias renováveis acordado com Portugal e Espanha para unir Barcelona a Marselha deverá obter financiamento europeu.
“O que fizemos esta manhã é um ponto importante da solidariedade europeia e em dezembro irei a Espanha para finalizar esse projeto, que tem vocação para beneficiar de financiamento europeu”, assegurou Macron à entrada da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) que decorre em Bruxelas.
Macron fazia uma alusão à Cimeira euro-mediterrânica que decorre em 08 e 09 de dezembro na cidade espanhola de Alicante.
Os líderes de Portugal, Espanha e França decidiram avançar com um “Corredor de Energia Verde” para as interligações energéticas entre os países, apostando numa ligação por mar entre Barcelona e Marselha (BarMar) em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus.
O calendário, as fontes de financiamento e os custos relativos à execução do corredor verde BarMar serão debatidos num novo encontro a três em dezembro, no decurso da Cimeira de Alicante.
“Vamos trabalhar os três de forma muito intensa nas próximas semanas, procurando “libertar” a Península Ibérica, construindo um corredor de energias verdes entre Portugal, Espanha e França, e através da França para o resto da Europa”, referiu o Presidente francês.
Segundo Macron, as três capitais vão envolver-se “na intensificação” das “interconexões elétricas e a sua densificação”, para além de “uma interconexão de hidrogénio e energia renovável entre Barcelona e Marselha onde também possa, existir interconexões elétricas”.
“Assim ultrapassa-se, posso dizê-lo assim, o objetivo de que Espanha e Portugal estejam ligados com resto do continente, e este novo projeto corresponde ao nosso objetivo de transição energética e climática”, considerou.
De acordo com o texto acordado entre António Costa, Pedro Sanchéz e Emmanuel Macron, a que a Lusa teve acesso, entretanto, os respetivos ministros da Energia — que também estiveram presentes na reunião – irão começar imediatamente o trabalho preparatório para avançar com o BarMar e também sobre o reforço das interligações elétricas entre Espanha e França, “em ligação estreita com a Comissão Europeia”.
O gasoduto marítimo foi escolhido como sendo “a opção mais direta e eficiente para ligar a Península Ibérica”, principalmente transportando hidrogénio.
Os dois primeiros-ministros ibéricos e o Presidente francês acordaram ainda na necessidade de “concluir as futuras interligações de gás renovável entre Portugal e Espanha, nomeadamente a ligação de Celorico da Beira e Zamora (CelZa)”.
As infraestruturas que serão criadas para a distribuição de hidrogénio “deverão ser tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia”.
Neste sentido, o projeto ibérico Midcat foi abandonado.
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