E, de repente, “comecei a pensar: já que estou cá em Londres, se calhar gostava de fazer um estágio em banca de investimento”. Pensou e candidatou-se. Só que em vez de estágio foi-lhe oferecido um trabalho a tempo inteiro na multinacional americana Morgan Stanley e “então, logo em Dezembro, tive de decidir se queria fazer consultoria ou banca de investimento. E isso foi há nove anos, e nunca mais voltei [risos]”.
O que é, então, banca de investimento? Madalena explica: “Tipicamente fala-se em consultoria financeira, normalmente muito focado quando uma empresa quer comprar outra empresa, quando um fundo de investimento quer comprar uma empresa ou quando uma empresa quer ser listada numa bolsa. Esse é o tipo de consultoria financeira que existe na maior parte dos bancos de investimentos.” Mas no seu caso não foi sempre assim e na Morgan Stanley especializou-se em “aconselhar empresas com dificuldades financeiras ou à beira da falência, com o objetivo de tornar o negócio mais sustentável a longo prazo” com o objectivo de permitir que a empresa tenha “viabilidade e retenha os seus milhares de empregos”. No fundo, ajudar a resgatar empresas à beira do precipício.
Depois de sair da Morgan Stanley, Madalena juntou-se ao também americano Blackstone Group. Blackstone é um “fundo de investimento global que investe capital em nome de fundos de pensão, de grandes instituições, de indivíduos, com o objetivo de criação de valor a longo prazo”. Madalena trabalha na área de crédito e seguros, mas em vez de estar a aconselhar, como fazia na Morgan Stanley, está a investir numa empresa.
O processo de um investimento
Foi por esse trabalho de investimento, mais precisamente por estar envolvida numa transação de mil milhões dólares na Datasite, uma empresa “líder de ‘data rooms’ virtuais, ou seja, salas virtuais para guardar informação para transações”, que lhe valeu o destaque na edição europeia da Forbes. Em que consiste então esse processo de investir?
No caso de Madalena, estando na divisão de crédito isso quer dizer um empréstimo simples, como um banco faria, mas muitas vezes pode ser um empréstimo com investimento de capital próprio. Em comum têm serem “situações complexas, para os quais um banco típico não emprestaria”, ou seja, Madalena e a Blackstone surgem “quando o banco não está lá, seja porque o negócio é complicado, porque o investimento tem de ser feito muito à medida ou simplesmente porque o tempo disponível é muito limitado e o processo de bancos é um bocadinho mais demorado que o nosso”.
São situações complexas, que precisam de soluções rápidas. Mas os campos de ação variam muito. As empresas de portfólio de Madalena – aquelas em que já investiu – vão de produtos de consumo do dia-a-dia, de manufatura, produtos financeiros, ou empresas tecnológicas como a Datasite. Se por um lado pode ser um desafio conhecer as especificidades de cada área de negócio, por outro, com o tempo, Madalena diz que acaba por ganhar esses conhecimentos através de outros negócios.
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