//Madeira e mobiliário com exportações ao exterior de 2587 milhões

Madeira e mobiliário com exportações ao exterior de 2587 milhões

Apesar da pandemia, 2021 foi um bom ano para as exportações da fileira nacional da madeira e mobiliário, que atingiram os 2587 milhões de euros, ultrapassando em 1,6 milhões o máximo histórico que havia sido alcançado em 2019. O presidente da Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) mostra-se “muito satisfeito” com esta performance, mas alerta para o crescimento de 21% nas importações, que levaram a uma “queda abrupta” do saldo da balança comercial para 440 milhões.

Esta é uma fileira – composta por cerca de oito mil empresas, responsáveis por mais de 55 mil postos de trabalho – que vai desde o abate e corte de árvores ao mobiliário, passando pela primeira transformação, fabrico de embalagens e painéis, bem como a energia de biomassa e carpintarias, entre outras. Vítor Poças classifica-a como um “case study pela positiva em Portugal” já que, numa década, as exportações cresceram mil milhões de euros. Passaram de 1552 milhões, em 2010, para 2585 milhões de euros, em 2019, o que representa um aumento de 66,6%. Todos os subsetores da fileira “apresentaram crescimentos neste período”, com especial destaque para a indústria de mobiliário, colchoaria e iluminação, que disparou 85,5% para 1812 milhões de euros em 2019.

Em 2020, as vendas ao exterior da fileira abrandaram e caíram para 2269 milhões, mas, em 2021, a trajetória de crescimento foi retomada. Para esta recuperação, foram fundamentais os contributos das indústrias e das obras de madeira, que cresceram 21%, para 775,3 milhões euros (mais 105,7 milhões do que em 2019).

Menos positiva foi a performance do segmento de mobiliário, colchoaria e iluminação, que ainda não recuperou dos efeitos da covid-19. Em 2020, o subsetor perdeu 14% nas exportações e, no ano passado, cresceu apenas 11%, contribuindo com 1812 milhões, menos 74 milhões do que antes da pandemia.

O Médio Oriente foi a grande aposta, em termos de promoção e internacionalização, em 2021. A AIMMP acredita que este mercado “apresenta um enorme potencial para as empresas portuguesas”. Entre 2010 e 2020, as exportações da fileira multiplicaram-se por cinco para a Arábia Saudita, atingindo mais de 10,4 milhões de euros. E só em 2020, cresceram 66%. Em 2021, as vendas totais do cluster caíram 4%, apesar do reforço das exportações de mobiliário para esse país, que aumentaram 2,5 milhões, para um total de 7,5 milhões de euros.

Vítor Poças destaca o exemplo dos Emirados Árabes Unidos, que, embora de forma mais moderada, registou também uma evolução “muito interessante”: as exportações passaram de 7,9 milhões, em 2010, para 15,5 milhões, em 2020, abaixo do máximo histórico de 24,3 milhões de 2018. “Acreditamos que o potencial de crescimento ainda se mantém”, sublinha o responsável. Em 2021, as exportações totais foram de 13,8 milhões, já acima de 2019, com especial destaque para a performance do subsetor do mobiliário.