//Maioria já sente dificuldade em comprar alimentação e bens essenciais

Maioria já sente dificuldade em comprar alimentação e bens essenciais

A maioria já sente dificuldade em comprar alimentação e bens essenciais. Se as famílias não tivessem alterado as compras, estavam a gastar mais 189 euros por ano no cabaz alimentar, conclui um estudo da Kantar para a Centromarca, sobre o segundo trimestre.

Mais de metade dos inquiridos (62%) já admite que está a ter dificuldade em fazer face a estas despesas. Uma situação que se agrava com os combustíveis, 73%, quase três quartos, sente dificuldade nestes consumos.

A subida dos preços acabou por alterar alguns hábitos. Face ao período homólogo, os portugueses reduziram em 25% o consumo fora de casa. Mas, apesar de saírem menos, aumentaram os gastos fora em 13%, o que também reflete a subida dos preços.

Os inquiridos passaram ainda a ir mais vezes às compras (43%), à procura dos melhores preços, mas chegam a casa com menos produtos.

Desde o início do ano, os portugueses aumentaram em 2,8% a frequência de ida às compras, reduziram em 5,5% o volume e em 2,3% o gasto em cada compra. Uma tendência que aumenta em casais com filhos crescidos ou em lares monoparentais.

Este tipo de alterações já permitiu poupar quase 70 euros. Segundo este estudo, os portugueses estão a gastar quase 120 euros a mais no cabaz básico de alimentos, se não tivessem mudado nada esta factura já tinha aumentado 189 euros.

Pedro Pimentel, diretor geral da Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, reconhece que “ a inflação está a ter um impacto crescente na carteira das famílias portuguesas, obrigando-as a adaptar-se a uma redução do seu poder de compra e limitando as escolhas que incluem nas suas cestas, com óbvias consequências na sua qualidade de vida”.

O que está mais caro?

Em média, o preço dos produtos de grande consumo (FMCG), está 11% mais caro do que em 2019. O único setor que contraria a tendência de aumento de preços é o da Higiene e Beleza, onde o preço médio dos produtos caiu 7,2% em relação ao mesmo período em 2019.

A cesta básica aumentou 10 euros por mês. No entanto, se não se tivesse alterado o conteúdo, desde 2019, o impacto estimado seria de 189 euros por ano.

A alteração das escolhas dos próprios consumidores permitiu anular 45% do aumento dos preços, segundo Marta Santos, Sector Diretor da Kantar. As novas escolhas passam, por exemplo, por menores quantidades (-5% de volume por ato de compra), pela compra de menos categorias de produtos (-2 categorias vs 2021) ou por produtos de marcas de distribuição.

Neste estudo, entraram para a cesta básica: açúcar, água mineral s/gás, alim. animal, arroz, azeite, batatas fritas, bebidas quentes, bolachas, carne fresca, cereais peq.almoço, cervejas, champô, chocolates, conservas de vegetais, conservas de atum, fiambre, frutas, gel de banho, gelados, guardanapos de papel, iogurtes, vegetais, leite UHT, lava-tudo/multiusos, lixívias, manteiga, massas alimentícias secas, óleo, ovos, pão de padeiro, papel higiénico, pastelaria, peixe não preparado congelado, peixe e marisco fresco, queijo seco/curado, queijo flamengo, refrigerantes c/gás, salsichas enlatadas, snacks+bolos embalados, tratamento de loiça e roupa e vinho.

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