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A escalada do preço dos combustíveis está a preocupar os consumidores em Portugal, quer sejam privados ou empresas, o que já levou à constituição de diferentes grupos nas redes sociais para contestar aumentos. O mais ativo é o grupo “Greve aos Combustíveis”, que já reúne 266,7 mil membros e tem agendado três dias de greve ao consumo de combustíveis.
O grupo em causa, criado na quarta-feira, quando pela primeira vez o litro de gasolina aditivada ultrapassou os dois euros nalguns postos do país, agendou greves ao abastecimento para os dias 15, 21, 22, 28 e 29 de outubro.
“Se estás contra estes preços dos combustíveis participa neste grupo e nas greves aos combustíveis! Temos que deixar de ser este povo “manso” que admite tudo. Convida os teus amigos aderir e vamos fazer a união para que este governo e todo os outro percebam o mal que nos fazem todos os dias!”, apelam os organizadores.
O debate entre os membros do grupo tem sido muito intenso nas últimas horas, havendo mesmo quem defenda também o bloqueio da Ponte Vasco da Gama e da Ponte 25 de Abril, as principais pontes da capital. Um apelo que surgiu com a lembrança dos protestos populares na Ponte 25 de Abril, e junho de 1994, quando os camionistas bloquearam o acesso sul da ponte contra o aumento das portagens de 100 para 150 escudos.
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Apesar da ideia ter sido bem recebido por muitos membros do grupo, Bruno Martins, um dos organizadores do “Greve aos Combustíveis” já assegurou que esse não é o propósito do grupo, esclarecendo que qualquer tentativa de bloqueio naquelas pontes, nos dias de boicote, não será responsabilidade deste grupo.
Explicando que o grupo quer agir “pacificamente”, não pretendendo desrespeitar a Lei, Bruno Martins escreveu: “Este grupo não se irá identificar por qualquer tipo de violência seja ela verbal ou física, por publicações de incentivo ao ódio, raciais entre outras. Também não nos responsabilizamos nem nos identificamos por iniciativas de membros desta grupo para qualquer tipo de manifestações, cortes de pontes, cortes de estradas, cortes a acesso as bombas”.
Não é claro se dos mais de 260 mil membros todos irão responder positivamente ao apelo de greve ao abastecimento, mas é factual que o grupo está a reunir um número significativo de apoiantes.
Também no Facebook se encontram eventos marcados com o propósito de levar para as ruas o descontentamento dos consumidores com o aumento dos preços dos combustíveis. O mais ativo é o evento lançado pelo podcaster Cláudio Fonseca, autor do ‘Conversa’ (chegou a entrevistar candidatos autárquicos como Alexandre Poço, do PSD, ou Bruno Horta Soares, do IL), que propõe para dia 16 de outubro uma manifestação, em Lisboa. O objetivo é protestar desde a Praça Marquês do Pombal, passando pela emblemática Avenida da Liberdade até aos Restauradores. Esta ação já conta com mais de 200 confirmações.
A estas manifestações de descontentamento nas redes sociais acrescem petições públicas. Na plataforma Petição Pública encontram-se, entre as mais ativas, quatro abaixo-assinados para travar o aumento dos preços nos combustíveis. Só a petição “contra os preços absurdos dos combustíveis” já levam mais de 29 mil subscrições.
Em Portugal, os preços dos combustíveis estão em rota ascendente. De acordo com a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), desde o início de 2021, o gasóleo já encareceu 38 vezes e desceu apenas em oito ocasiões. Já a gasolina aumentou 30 vezes e recuou apenas sete vezes.
O preço da gasolina 95 subiu 28 cêntimos por litro, enquanto o gasóleo aditivado encareceu 23 cêntimos.
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