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Um total de 329 trabalhadores recorreram aos serviços de emprego e à Segurança Social na sequência da paragem de produção na Autoeuropa, tendo 48 sido recolocados no mercado de trabalho, avançou hoje o secretário de Estado do Trabalho.
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“Tivemos 329 trabalhadores que contactaram com serviços conjuntos do IEFP [Instituto de Emprego e Formação e Profissional] e da Segurança Social. Destes, 48 já estavam recolocados pelo serviço público de emprego do IEFP no mercado de trabalho”, afirmou Miguel Fontes durante uma audição no parlamento, na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, sobre a situação da Autoeuropa.
A fábrica da Volkswagen em Palmela foi obrigada a suspender temporariamente a produção devido à falta de uma peça produzida numa fábrica da Eslovénia, que foi fortemente afetada pelas cheias que ocorreram naquele país no passado mês de agosto.
Inicialmente estava previsto que a paragem de produção, que teve início em 11 de setembro, se prolongasse até 12 de novembro, mas a Volkswagen garantiu, entretanto, o fornecimento da peça em falta junto de um fornecedor espanhol e outro chinês, o que lhe permitiu antecipar o regresso ao trabalho para a passada segunda-feira, ainda que parcialmente.
A paragem de produção da fábrica de Palmela também afetou dezenas de fornecedores portugueses, incluindo as empresas instaladas no Parque Industrial da Autoeuropa, que, entretanto, já anunciaram o despedimento de 325 trabalhadores com vínculo precário. A Autoeuropa também tinha anunciado a dispensa de cerca de 100 trabalhadores temporários, mas estes tinham a garantia de regressarem ao trabalho logo que fosse retomada a produção.
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Segundo o secretário de Estado do Trabalho, a indicação dada pelo Governo, “nomeadamente ao IEFP, era que privilegiasse a situação daqueles trabalhadores que, uma vez ficando numa situação de desemprego, não tinham proteção social no âmbito do subsídio de desemprego, por falta de período de garantia”.
Ou seja, enfatizou, foi indicado aos serviços de emprego “que o esforço de recolocação no mercado de trabalho incidisse particularmente sobre esses” trabalhadores.
Para além dos 48 trabalhadores entretanto recolocados pelo IEFP, Miguel Fontes disse que “houve outros que, apesar de terem a oportunidade de retomarem uma atividade profissional noutro enquadramento, assim que perceberam que a paragem iria ser menor do que aquela que inicialmente se adivinhava […] preferiram manter-se numa situação de disponibilidade para voltarem de novo ao seu primeiro empregador”.
Adicionalmente, “também houve situações de trabalhadores que optaram por tomar a iniciativa de rescisão dos contratos de trabalho, porque entenderam que não queriam estar a ter perda de rendimento durante o tempo de paragem no âmbito do ‘lay-off'”.
“Portanto, eles próprios, sabendo da sua alta empregabilidade e que são trabalhadores diferenciados, optaram por imediatamente migrar para outros setores”, disse, admitindo que se tratou de um “número reduzido”, mas assegurando que “essa mobilidade aconteceu.”
“Não tenho exatamente números, mas foi-me relatado tanto pelo lado das comissões de trabalhadores, como pelo lado das entidades empregadoras”, detalhou.
Também ouvido na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, salientou que a indústria portuguesa de componentes “é extremamente competitiva” e que, “apesar de a Autoeuropa ser um cliente importante, […] não depende” apenas desta empresa.
“Do levantamento que foi feito, estimámos um total de 30 empresas afetadas diretamente […], sendo que foram identificadas 18 empresas onde o impacto era superior a 25%, tendo sido feitas reuniões com todas elas, juntamente com o Ministério do Trabalho, para apresentar os instrumentos existentes para mitigar essa paragem, mas também para partilha de informação e para identificar outras necessidades”, referiu.
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