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Mais de metade dos trabalhadores europeus (50,5%) não é reembolsado pela entidade patronal pelos gastos que faz em trabalho porque não tem ou o recibo ou outra documentação necessária para fazer o pedido de devolução da despesa. A conclusão é de um estudo da fintech dinamarquesa Pleo, que abriu escritório em Portugal em julho.
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De acordo com o estudo da Pleo, revelado esta quinta-feira, 19,3% dos trabalhadores europeus (incluindo portugueses) gasta dinheiro do próprio bolso em compras para o trabalho, pelo menos uma vez por semana, enquanto 17,6% fazem-no uma vez por mês e 16,7% uma vez a cada duas semanas.
Ora, entre estes trabalhadores, 36,7% afirma perder 30 a 60 euros por ano por não entregar recibos de despesas com compras feitas para o trabalho, enquanto 25,6% considera que perde 60 a 120 euros e 13,6% dos trabalhadores respondeu que perde 120 a 300 euros todos os anos. Qual o motivo? Perderam a documentação necessária para ou realizar o pedido ou para que o pedido de reembolso junto da empresa se concretize, aponta a análise da fintech.
“Estes dados demonstram que existe um importante caminho a ser feito na simplificação da gestão de despesas empresariais por todo o mundo, incluindo Portugal”, explica Álvaro Dexeus, head of southern europe da Pleo.
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Não obstante a conclusão de Álvaro Dexeus, “independentemente da burocracia e morosidade do processo de gestão e entrega de despesas, a grande maioria (76,8%) dos trabalhadores afirma estar confiante sobre o que sabe que pode e não pode gastar e qualificaram de simples (68,6%) o processo de despesas no trabalho para ser reembolsado”. Isto, apesar do processo de gestão e entrega de despesas, e a respetiva análise pela empresa, poder ser demorado.
Em média, de acordo com os dados da Pleo, 38,7% dos trabalhadores europeus perde entre 30 a 59 minutos por mês para gerir despesas laborais e 37,8% trata e gere as despesas durante as horas de trabalho. Acresce que 24,6% destes trabalhadores tem de esperar entre dois a seis dias entre a entrega de despesas feitas com o seu próprio dinheiro até serem reembolsados – 27,8% afirma mesmo ter de esperar um mês até reaver o dinheiro gasto em necessidades ou representação da entidade patronal.
O estudo conclui que os trabalhadores, de forma geral, confiam e sentem clareza na política de despesas empresariais. Todavia, “os inquiridos salientam que algumas vezes evitaram gastar dinheiro com algo com medo de ser percecionado como uma despesa muito pequena”. “Além disso, ao fazerem compras para o trabalho também ficaram algumas vezes preocupados que depois não conseguissem recuperar o seu dinheiro”.
Viagens de trabalho, alojamento para viagens de trabalho e material de escritório representam as despesas mais recorrentes dos trabalhadores. Mas também há quem abra a própria carteira para encomendar comida, pagar contas da luz e da internet ou para comprar coisas “com as quais não se sentem à vontade para reivindicar como despesas”.
Por tudo isto, a Pleo quer ser “o parceiro de excelência das empresas portuguesas na libertação dos seus departamentos financeiros das burocracias associadas à gestão de despesas, e na libertação dos colaboradores do compromisso em avançarem com o seu próprio dinheiro em despesas de trabalho”. A fintech chegou a Portugal com um serviço que promete simplificar gestão de despesas empresariais.
O estudo da Pleo teve como base um inquérito feito a seis mil trabalhadores europeus que costumam fazer compras para o trabalho recorrendo ao orçamento pessoal
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