//Malparado do Novo Banco pode ter desconto de 90%

Malparado do Novo Banco pode ter desconto de 90%

Cerca de 10% do valor total. É o que oferecem os dois grandes fundos norte-americanos que apresentaram propostas de compra da maior carteira de malparado posta à venda em Portugal, avança hoje a Sábado. Mas uma decisão não está ainda tomada. Na verdade, quer os valores quer os termos e até o âmbito das propostas estão ainda a ser analisados pelo banco, que deverá tomar uma decisão até a final de julho.

O pacote que se compõe de 61 empresas com dívidas avultadas àquela instituição — cuja hipótese de venda o Novo Banco está atualmente ainda a estudar –, tem um valor registado de 3,3 mil milhões de euros. De acordo com aquela publicação, entre 200 e 300 milhões será o valor máximo que oferecem Bain e Davidson Kempner pela carteira a que o Novo Banco chamou Nata2. Se de facto acontecer nestas condições, a venda terá um desconto de 90%, o que, de acordo com a Sábado, “reflete a baixa qualidade dos grandes créditos e a agressividade dos fundos-abutres” que concorrem pela carteira.

Há ainda pelo menos outras duas propostas em cima da mesa (feitas pelos fundos Atena e Core Capital), mas apenas parciais, ou seja, que não são ofertas para comprar a totalidade da dívida mas fundos que apenas demonstram interesse em algumas empresas específicas da lista, que consideram ter hipóteses de ser viabilizadas uma vez que, apesar da imensa dívida acumulada, continuam a funcionar.

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Ainda assim, a maioria das 61 empresas incluídas no Nata2 está em situação de inatividade e é considerada irrecuperável. Já descontadas as imparidades, a venda da carteira por um valor inferior ao registado implicará prejuízos para o banco — risco coberto pelo Fundo de Resolução.

Segunda maior venda concretizada no final do ano passado

Quando a venda do Nata2 ficar completa, poderá roubar o lugar de maior venda de malparado ao pacote de crédito que o Novo Banco alienou no final do último ano. Em dezembro, a instituição concluiu a venda do Projeto Nata, composto por crédito não recuperado de 54 empresas e avaliado num total de 2 150 milhões de euros, ao fundo KKR, reduzindo assim a carteira de malparado do banco a 7 mil milhões (leia mais aqui).

Já nesta semana, em entrevista à Reuters, o chairman do banco, Byron Haynes, admitiu querer cortar a metade o crédito malparado do banco, redução fundamental para cumprir os planos de médio prazo traçados pela instituição, a terceiro no crédito, para conseguir alinhar-se com o resto do sistema financeiro nacional. O Novo Banco está “a trabalhar para conseguir nivelar-se” com a banca portuguesa, explicou o banqueiro, que tem liderado um movimento que passa pela alienação de um pacote de NPL que ascende a 3 mil milhões de euros, imobiliário avaliado noutros 500 milhões e ainda outros bens não core, de acordo com os planos de restruturação acordados com Bruxelas (veja aqui).

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