O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que “vale a pena esperar” pela execução do Orçamento de Estado (OE) deste ano e pelas perspetivas financeiras do próximo ano na área da saúde.
“Estamos na apreciação, na ponta final de preparação do Orçamento do
Estado e uma das componentes importantes será, certamente, os meios que poderão ser afetados ao domínio da saúde, vale a pena esperar não apenas por aquilo que é a execução do Orçamento do Estado deste ano, mas pelas perspetivas financeiras para o ano que vem”, afirmou à margem de um debate, no Porto, sobre Demografia.
Questionado sobre as recentes demissões em centros hospitalares do país, tendo a última ocorrido em Vila Nova de Gaia, na quarta-feira, o Chefe de Estado frisou que um Presidente da República “não entra na apreciação de situações pontuais” no Serviço Nacional de Saúde.
Na passada quarta-feira, o diretor clínico e 51 diretores e chefes de serviço do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, no distrito do Porto, apresentaram a sua demissão apontando como justificação a falta de meios humanos, equipamentos e recursos financeiros.
No anúncio desta decisão, em conferência de imprensa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, adiantou que as demissões em hospitais portugueses poderiam repetir-se “dentro de pouco tempo”.
Pelas mesmas razões, no passado mês de agosto, os chefes de equipa do serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia no Hospital Amadora-Sintra, distrito de Lisboa, apresentaram também um pedido de demissão.
Em julho foram os chefes de equipa de medicina interna e cirurgia geral do Centro Hospitalar de Lisboa Central (que integra o hospital de S. José e outras cinco unidades) a avançaram com medida semelhante.
Antes, em maio, já 33 médicos e coordenadores de serviço do Centro Hospitalar Tondela-Viseu tinham apresentado a sua demissão.
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