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Marcelo Rebelo de Sousa afirmou quarta-feira, num primeiro momento, sobre os festejos descontrolados em Lisboa da vitória do Sporting no campeonato de futebol, que “quem deve prevenir não conseguiu prevenir e quem deveria prevenir são, naturalmente, as entidades responsáveis por isso”.
Exigiu assim, aparentemente, responsabilização política pelo que aconteceu.
Só que, depois de o primeiro-ministro ter dito no Parlamento que Eduardo Cabrita era um “excelente” ministro da Administração Interna, o Presidente escolheu outro tom: “Não há prevenção que possa impedir o que aconteceu”.
Sobre os festejos do Sporting, o Presidente acabou por proteger o ministro da Administração Interna: “Não sei se foi tratado ao nível do ministro da Administração Interna”. Segundo Marcelo, era evidente que “os diques iam romper” e portanto o que se passou uma “é um lição”. Portanto, “não sei se foi tratado ao nível do MAI”, sendo que “não é possível ter um policia atrás de cada cidadão”.
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E criticou uma certo desanuviar de cuidados nesta fase da pandemia: “O clima é mais liberto, porventura excessivamente liberto.” E sublinhou: “São 20 anos de espera, mas houve um efeito que não pode ser repetido no curto prazo.”
Questionado sobre o Orçamento do Estado e as hipóteses de resultar numa crise política, o Presidente rejeitou essa probabilidade, dizendo mesmo acreditar que o próximo OE passará com os mesmos apoios que mereceram os últimos. Mesmo porque, “em ano de autárquicas, é muito difícil que se esteja a negociar orçamentos entre o PS que governa e o PSD que é o principal partido da oposição”.
E diz-se “moderadamente otimista” sobre a recuperação económica do país, mesmo depois dos avisos deixados por Bruxelas, acreditando que o “turismo recuperará mais rapidamente do que se prevê”.
Mais o preocupa a crise social que o país enfrenta e da qual “custará muito mais” esforço e tempo a sair. “E dessa reestruturação social ainda não ouvimos falar”, lamentou Marcelo na mesma entrevista.
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