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Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o reforço de apoios sociais por causa da pandemia. O Presidente da República tomou a decisão neste domingo, segundo texto publicado na sua página oficial. A ‘luz verde’ de Belém contrataria a intenção do Governo, que alegava que as medidas violam a lei-travão do Orçamento do Estado.
Em causa estão diplomas que alargam os apoios sociais a sócios-gerentes, trabalhadores independentes e aos profissionais de saúde e ainda de apoios a 100% aos pais em teletrabalho com filhos em casa, e que foram aprovados no parlamento em 03 de março com os votos favoráveis de toda a oposição.
A única medida já contabilizada tem a ver com o alargamento dos apoios extraordinários aos trabalhadores independentes e sócios-gerentes, no valor de 38 milhões de euros por mês. O Governo recuperou esta medida no segundo confinamento mas o montante a atribuir baseava-se nos 12 meses anteriores, ou seja, já com uma redução expressiva do trabalho. A oposição juntou-se para manter como base de rendimentos o ano de 2019, para igualar os apoios ao montante atribuído em 2020.
O Governo também alega como inconstitucionais as mudanças na gestão dos profissionais de saúde. Em vez de terem horário acrescido de até 42 horas pagas por semana, por mútuo acordo, durante o combate à pandemia, este mecanismo é alargado até que toda a atividade suspensa seja recuperada, seja nos centros de saúde seja nos hospitais. Este horário acrescido também foi alargado aos técnicos superiores nas áreas de diagnóstico e terapêutica, os técnicos superiores de saúde e os assistentes técnicos.
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Relativamente ao apoio à família, a oposição determinou que esta ajuda chegue a mais progenitores que estão em teletrabalho e implica um aumento do montante a pagar para os pais que sejam trabalhadores independentes.
O que escreveu Marcelo?
No texto, com 12 pontos, o chefe de Estado justifica a promulgação porque “os diplomas podem ser aplicados, na medida em que respeitem os limites resultantes do Orçamento do Estado vigente”.
Marcelo também salienta: “é visível o sinal político dado pelas medidas em causa, e não se justifica o juízo de inconstitucionalidade dessas medidas. O que, aliás, parece ser confirmado pela diversa votação do partido do Governo em diplomas com a mesma essência no conteúdo, ora abstendo-se ora votando contra”.
O Presidente também deixa mais dois recados, para o Governo e os partidos com assento parlamentar.
Marcelo recorda que o Governo tem o “poder de suscitar a fiscalização sucessiva da constitucionalidade dos diplomas agora promulgados, como já aconteceu, noutros ensejos”.
Ao mesmo tempo, o chefe de Estado recorda o seu papel em tempo de crise sanitária e em ano de eleições autárquicas: “Compete ao Presidente da República sublinhar a importância do entendimento em plenas pandemias da saúde, da economia e da sociedade. Sensibilizando o Governo para o diálogo com as oposições e tornando evidente às oposições que ninguém ganharia com o afrontamento sistemático, potencialmente criador de uma crise lesiva para Portugal e, portanto, para os Portugueses.”
Marcelo Rebelo de Sousa disse no sábado que neste domingo ou na segunda iria pronunciar-se sobre os três diplomas aprovados na Assembleia da República.
(Notícia atualizada às 19h44 com mais informação)
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