Na primeira hora de audição do ministro das Finanças no Parlamento, o ministro das Finanças foi apelidado de “Mário, o cativador” pelo deputado Duarte Pacheco.
“O senhor está-se nas tintas para o sentimento das pessoas e com as pessoas vivem”, criticou o social-democrata, classificando o Orçamento proposto pelo Governo como manhoso.
Exemplo disso, avançou Duarte Pacheco, são os custos da energia, que o Governo garante que irão baixar.
“Aquilo que nós lá temos é só o custo do contador. O contador de mais baixa potência. E foi-nos dito: é fácil, os portugueses que querem baixar a fatura energética baixem o nível do contador. Isso faz-me lembrar, senhor ministro, aquela história da imperatriz Antonieta, que quando via as pessoas protestarem e lhe foi dito que protestavam porque não tinham pão, ela perguntou porque é que não tinham brioches. É algo parecido”, comparou.
Na resposta, Mário Centeno garantiu que o custo da energia vai cair e não apenas por causa do IVA.
Centeno garantiu ainda que a economia portuguesa crescerá mais do que o crescimento acumulado das cinco legislaturas anteriores, que o sistema financeiro está mais forte e que as metas foram todas cumpridas – Portugal irá mesmo fazer em breve um pagamento antecipado ao FMI, de dois mil milhões de euros.
Além disso, prosseguiu Centeno, há um enorme alívio fiscal para as empresas, frase que o ministro repetiu por duas vezes durante a audição.
Mais de 500 propostas de alteração ao OE
A oposição não parece convencida com as palavras do ministro. Até esta manhã, deram entrada no Parlamento 527 propostas de alteração ao texto inicial do Orçamento do Estado para 2019. O número foi divulgado por Teresa Leal Coelho, presidente da comissão de Finanças, na presença do ministro da tutela, no início da audição.
O ministro das Finanças expõe, esta sexta-feira, as suas contas para o próximo ano. Face ao número de propostas de alteração apresentadas, pediu aos deputados que não desvirtuem o texto inicial, em nome do rigor das contas públicas.
Mário Centeno acusou ainda o PSD de fazer propostas de alteração desesperadas, ao arrepio, disse, de tudo o que este partido já defendeu.
Na opinião do ministro, Portugal vive, nos últimos anos, o novo normal das contas públicas, de estabilidade orçamental. Por isso, avisou, não contem com o Governo para colocar em causa o esforço que já foi feito e as alterações a fazer devem ocorrer
com rigor.
“Não podemos no entanto deixar de expressar a nossa firme convicção: para contarem com a aprovação dos portugueses, estes aditamentos e alterações devem manter e respeitar o equilíbrio orçamental”, sublinhou Centeno.Ver fonte
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