
O ministro das Finanças “enganou os portugueses” em relação ao Novo Banco, acusou este domingo o social-democrata Marques Mendes. “Mário Centeno não falou a verdade às pessoas há dois anos. Não falou a verdade”, declarou no espaço semanal de comentário na SIC.
Uma “calamidade” e um “buraco sem fundo que não vai ficar por aqui” foram algumas das expressões utilizadas por Marques Mendes para definir a situação no Novo Banco, que na sexta-feira anunciou que vai pedir mais 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.
“É um buracão monumental. Mas o problema foi criado há dois anos quando foi feito o contrato de compra e venda, que o Banco de Portugal negociou e Mário Centeno aprovou”, afirma o comentador.
Marques Mendes referia-se ao acordo com o fundo Lone Star, que ficou com o Novo Banco mediante a condição de poder recorrer a uma almofada de 3,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução.
“Evidentemente que se há uma almofada o que o comprador vai fazer — se há dinheiro à mão de semear, se há dinheiro fácil — é ir buscar ao mealheiro em vez de tentar cobrar aqueles créditos complicados”, argumenta o antigo ministro.
Para Marques Mendes, o recurso a esta “almofada” pode ser legal, “mas é profundamente imoral”, sublinhando que “os portugueses têm todas as razões para se indignar”.
A administração do Novo Banco anunciou, na sexta-feira, que vai pedir mais uma injeção de de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.
O pedido é justificado com prejuízos superiores a 1.000 milhões de euros no exercício de 2018.
Na sequência desta notícia, o Ministério das Finanças disse que vai avançar com uma auditoria aos créditos que levaram, em 2018 e 2019, o Novo Banco a pedir quase 2.000 milhões de euros ao Fundo de Resolução.
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