O Ministro do Ambiente e da Ação Climática elogiou, esta quarta-feira, o projeto para a neutralidade energética apresentado pelo grupo Águas de Portugal, destacando o princípio da economia circular que está presente no Programa Zero, bem como a combinação de uma “pluralidade de fontes energéticas”, e manifestou o desejo que o mesmo seja aplicado de forma transversal a todo o país. “No tempo que vivemos, precisamos de investimentos, que criem riqueza já, mas pensados no longo prazo, e no país todo”, sublinhou João Pedro Matos Fernandes.
Em causa estão o Programa Zero, com um investimento de 370 milhões de euros associados, e que sobe para 480 milhões se tivermos em conta as iniciativas previstas ao nível dos sistemas municipalizados, e que pretende reduzir os consumos de energia do grupo, a par do aumento da produção própria a partir de fontes 100% renováveis, permitindo que, em 2030, a Águas de Portugal seja o primeiro grupo de dimensão internacional a atingir a neutralidade energética em todas as suas atividades nacionais e internacionais a nível mundial.
O grupo AdP é o maior consumidor de energia elétrica em Portugal, com consumos superiores a 725,1 GWh/ano, correspondentes a mais de 1,4% do consumo total de eletricidade do país. “A água é sempre barata”, lembrou o ministro, sublinhando que “o que é caro é a energia” necessária para as várias operações, até que chegue às torneiras de cada um, desde a sua captação, passando pelo tratamento, etc, pelo que, defende, “temos mesmo de fazer um esforço para sermos mais eficientes e para procurar fontes de energia mais baratas e, sobretudo, renováveis”.
Mas Matos Fernandes elogiou, ainda, o projeto de hidrogénio que o grupo Águas de Portugal submeteu à aprovação do Governo, pelo seu cariz inovador. É que a Águas de Portugal pretende usar o hidrogénio para produzir reagentes e, assim, reduzir a dependência quase total, neste domínio vital para o tratamento das águas e do saneamento, do mercado espanhol. Um projeto que levou o ministro a não poupar farpas aos que se têm manifestado contra a aposta do Governo no hidrogénio, considerando como um “erro” e uma “aventura”.
Usando o exemplo do projeto do grupo AdP, Matos Fernandes foi perentório: “Aqueles que não perceberam o quão relevante o hidrogénio pode ser para a indústria química têm aqui um belíssimo exemplo de como os gases renováveis e, neste caso concreto do hidrogénio, podem vir a ter utilizações muito para além daqueles que, com um conhecimento muito rarefeito, às vezes até muito mais leve que o próprio hidrogénio, gostam de dizer coisas nos jornais e nas televisões. E olhem que o hidrogénio é extraordinariamente leve”.
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