A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP) está preocupada com a proposta do PS para os Vistos Gold, temendo “consequências terríveis”.
O presidente da APEMIP, Luís Lima, não tem dúvidas de que Portugal vai perder clientes, caso terminem os incentivos aos investimentos em Lisboa e no Porto: “É uma quebra de confiança entre o investidor e o país. É alterar as regras a meio do jogo. Quem garante, agora, ao investidor, que tem de investir em Vila Real de Santo António ou em Bragança, que daqui a dois ou três anos não acabam com o programa?”
“Foi à custa de investimento estrangeiro que se reconstruiu Lisboa e o Porto e esta medida não vai resolver a pressão imobiliária”, lembra Lima, concretizando: “Dizer que há casas que são obrigatoriamente para portugueses ou que os estrangeiros não podem comprar é um erro:”
“Não conheço nenhum país no mundo onde se possa obrigar o investidor a investir onde não quer”, reforça o presidente da APEMIP.
“Tenho defendido muito, e sou a favor, que o imobiliário pode ajudar muito a descentralizar o investimento para o interior do país, mas isso tem de ser feito sem bloquear a procura”, acrescenta Luís Lima.
“Noventa por cento da construção era sempre no Algarve. Hoje, vende-se o país todo. Portugal passou a estar na rota de captação de investimento não habitacional e isto pode levar-nos a perder muito.”
A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, anunciou, na segunda-feira, que o PS pretende resolver da pressão imobiliária em Lisboa e no Porto, propondo, assim, que o Programa dos Vistos Gold seja direccionado apenas para investimentos no interior do país.
Já esta terça-feira, na Renascença, o presidente da Câmara de Lisboa aconselhou “prudência” na introdução de alterações aos também chamados “vistos dourados”.
“Aconselharia prudência na gestão da especialidade, porque o Barreiro, Almada, Montijo, Palmela, Setúbal, Loures não são município de Lisboa nem têm a mesma situação imobiliária nem a mesma situação de investimento”, declarou Fernando Medina.
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