É a maior representação de sempre de Portugal. A MEDICA 2021, que decorre até quinta-feira em Dusseldford, na Alemanha, conta com mais de 60 empresas, centros tecnológicos e quatro associações empresariais portuguesas.
Um salto face às 24 que marcaram presença em 2019, e que poderia ser maior, não fosse a imprevisibilidade decorrente do contexto da pandemia de Covid-19, que deixou algumas empresas para trás.
A feira de referência internacional na área da tecnologia, inovação e produtos médicos é o único certame a nível mundial que reúne toda a cadeia de processo de inovação para o desenvolvimento, fabricação e comercialização destas tecnologias e produtos médicos.
“A presença portuguesa – a maior de sempre – mostra o posicionamento, o valor de agregação do país, num setor tão determinante como a saúde. As empresas portuguesas vão apresentar o seu ‘know-how’ com vários produtos e tecnologias inovadoras de elevado valor acrescentado, que tem um importante papel para a perceção do país”, diz à Renascença o secretário de Estado da Internacionalização.
“Nesta edição, as indústrias e serviços de Portugal, não está só a posicionar este setor de ponta no mercado alemão, mas a reforçar a sua imagem, as suas competências no quadro internacional.”
Segundo Eurico Brilhante Dias, a forte presença portuguesa é o resultado da “aposta coerente que tem vindo coletivamente a ser feita ao longo das últimas décadas, na valorização do conhecimento em saúde”.
Um
setor de ponta que gera exportações
Em 2020, o setor representou mais de 1.747 milhões de euros de exportações para 178 países, em que o principal mercado foi a Alemanha, seguida da Irlanda, EUA, Espanha e Reino Unido.
O governante destaca a afirmação crescente de um conjunto de empresas na área dos consumíveis e bens de equipamento hospitalar e de ambulatório, bem como empresas com tecnologias de informação ligadas ao sector da saúde. “Uma tendência que ganhou força no contexto pós-Covid e no meio da falência de algumas cadeias de fornecimento de larga distância. Verifica-se um crescimento robusto das exportações portuguesas, onde cabe, desde logo, destacar um aumento de 13% nas exportações do primeiro semestre de 2021, em comparação com o período homólogo de 2020. Dados da AICEP (setembro de 2021) revelam que a Alemanha, principal mercado de destino, representou aproximadamente 117 milhões de euros das exportações nacionais (+ 9% face ao período homólogo de 2020). Relevante o crescimento, mas ainda insignificante face ao potencial de penetração por explorar”, assinala.
O secretário de Estado da Internacionalização, que visita o certame esta segunda-feira, dá nota de que o ‘cluster’ da saúde português continua a sua “trajetória de posicionamento, afirmação e reconhecimento além-fronteiras, não só devido à passagem de indústrias tradicionalmente ligadas a determinados setores, como o caso da confeção e calçado e dos moldes, para uma maior aposta na saúde, mas também a um aparecimento em crescendo de startups com forte componente tecnológica e inovadora neste setor”.
“Não podemos esquecer a reeuropeização industrial que se pretende também para a saúde. As condições estão reunidas para aproveitar esta janela de oportunidade, num setor com potencial de mercado gigante e onde ao tradicional se alia o tecnológico e o novo, em prol duma saúde 5.0”, acrescenta, reforçando que “Portugal quer estar na linha da frente”.
A presença de um tão significativo número de empresas portuguesas é vista também, pelo secretário de Estado da Internacionalização, como um sinal de afirmação de “um setor de ponta, que gera exportações de elevado valor acrescentado, cria postos de trabalho altamente qualificados e que tem um importante papel para a marca país, mas também de notoriedade e reputação, e, claro, de afirmação, que se deseja de forma significativa, da internacionalização deste setor, com abertura e consolidação de novos mercados e aumento das exportações, e de angariação de investimento direto estrangeiro”.
Produtos ecologicamente sustentáveis
Na Alemanha, as empresas portuguesas vão apresentar vários produtos e tecnologias inovadoras, num setor considerado de ponta, de elevado valor acrescentado e que tem um importante papel para a marca país.
À Renascença, o secretário de Estado destaca “por serem muito ‘state-of-the–art’ em termos globais – as que se enquadram no conceito de ‘Smart Health’, como: gestão da doença crónica, sensorização remota, gestão da toma da medicação, tecnologia de reabilitação física e neurológica, tecnologias de utilização secundaria de dados em saúde ou tecnologias de suporte à implementação de VBH (‘value based healthcare’)”.
E como exemplos aponta: a plataforma de gestão de doentes crónicos – Alzheimer, DPOC, Diabetes e Insuficiência cardíaca, que agrega parâmetros recolhidos por diversos sensores em casa do doente e entrega informação inteligente ao médico no hospital e/ou no centro de saúde; a plataforma de rastreabilidade, segurança e monitorização da administração de medicação, componentes sanguíneos, leite materno, amostras para análises laboratoriais em ambiente hospitalar por leitura de código de barras; a plataforma de equilíbrio e pressão para reabilitação física, ortopédica e neurológica; e a ferramenta inteligente que compreende aplicativos móveis e um calibrador de dobras cutâneas para avaliação e triagem de gordura corporal medindo a espessura e compressibilidade das dobras cutâneas.
Durante o certame, será feita também a apresentação de “produtos ecologicamente sustentáveis, com matéria-prima reciclável, economicamente revolucionários por eliminarem a agressão ambiental e contribuir para a redução do custo com os lixos hospitalares, como uma bata hospitalar reutilizável, proveniente de matéria-prima reciclada e certificada para 75 lavagens”, acrescenta.
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