O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, afirmou hoje que não se deve tornar permanentes medidas que foram criadas para dar uma resposta temporária à crise.
“Não podemos querer manter no futuro medidas que foram criadas para serem temporárias”, precisou o governador do Banco de Portugal na apresentação do Boletim Económico de maio onde o BdP faz uma análise da economia em 2020.
Estão neste caso, apontou, medidas como o “lay-off” simplificado ou as linhas de crédito garantidas.
Tornar permanente medidas temporárias é, de resto um dos riscos identificados pelo Banco de Portugal na sequência da atual crise causada pela pandemia de covid-19, a que juntou outros dois: desigualdade social e a criação de pressão sobre o sistema financeiro.
Mário Centeno diz que a economia portuguesa já está a recuperar de forma “muito significativa” para níveis acima de 2019, antes da pandemia de Covid-19.
“O indicador diário na última semana demonstra uma recuperação muito significativa da tendência de crescimento da economia portuguesa. Essa tendência já está nestas semanas acima do valor de 2019, aponta para crescimentos homólogos claramente elevadíssimos face a 2020, mas muito mais relevante, positivos face a 2019”, declarou.
“É essa tendência de recuperação na qual devemos manter atentos, mas sustentar todas as medidas que venham a ser adotadas”, defende o governador.
Mário Centeno desvaloriza, por outro lado, o peso do setor do turismo nessa recuperação, referiu, ainda, que a poupança dos portugueses aumentou ao longo de 2020 e que a tendência é para começar a diminuir com o aumento do consumo.
O governador do Banco de Portugal defendeu que não é o momento para mexer nos impostos, argumentando que seria dar um sinal difícil de entender no atual contexto.
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