O Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina, deu esta segunda-feira luz verde ao acordo entre a administração da TAP e os pilotos da companhia aérea portuguesa.
A Renascença apurou que o acordo foi “desbloqueado” pela tutela a menos de duas semanas da greve convocada pelos pilotos da TAP para a Páscoa.
Esta manhã, em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Tiago Faria Lopes, tinha garantido que a paralisação seria desconvocada assim que o Ministério das Finanças desse o seu “aval” ao protocolo assinado em 17 de março.
Contactado pela Renascença, o SPAC diz que até ao momento não recebeu qualquer informação sobre o “eventual e desejado desbloqueio” do acordo por parte das Finanças.
Os pilotos aprovaram uma greve na Páscoa, entre 07 e 10 de abril, para pressionar o Governo a ratificar o acordo assinado com a TAP, que repõe condições laborais retiradas anteriormente.
A greve “será desconvocada assim que o Governo der autorização para o protocolo já assinado em 17 de março entre a Comissão Executiva da TAP Air Portugal e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil”, explicou Tiago Faria Lopes à Lusa.
“Isso era o que tinha sido combinado e não havia greve nenhuma se nós não tivéssemos descoberto que o Governo – e aí quero fazer uma salvaguarda e que fique bem salvaguardado, Governo neste caso, entenda-se Ministério das Finanças – não deu aval”, começou por ressalvar o presidente do sindicato dos pilotos.
Isto “porque o Ministério das Infraestruturas, ministro João Galamba, sempre nos disse que não negociava com os sindicatos, que os sindicatos só negociavam com a Comissão Executiva” da TAP, “e, muito bem, manteve a sua palavra e deu o aval ao acordo”, prosseguiu o responsável.
Tiago Faria Lopes salientou ainda que o sindicato foi a votação, “o acordo passou”, mas tendo em conta que até agora o SPAC continua à espera da “autorização do Governo, neste caso do Ministério das Finanças, e essa autorização nunca veio”, avançou-se para a greve.
Portanto, “a única maneira que nós conseguimos de nos salvaguardar é ir para uma greve porque não confiamos neste momento no Governo”, acusando de dar “o dito por não dito”, o que “assim é impossível ter um grau de confiança”.
[atualizado às 13h19]
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