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A economia portuguesa deve abrandar ligeiramente face à projeção da primeira versão do Orçamento do Estado deste ano (OE2022), que foi chumbada: assim, deve crescer 4,9% este ano, o que em si continua a ser uma marca “histórica”, disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, na apresentação da nova e segunda proposta de Orçamento de Estado para este ano (OE2022).
Na versão do OE de outubro a previsão de retoma estava nos 5,5%, no Programa de Estabilidade (final do mês passado) baixou para 5%.
Já a inflação dispara em 2022. No Orçamento chumbado foi estimada em apenas 0,9%, o que acabou por limitar e muito a atualização dos salários dos funcionários públicos (está a ser 0,9% desde janeiro).
Mas seis meses depois, temos que a inflação pode ser quatro vezes maior do que isso. No novo OE, agora responsabilidade do ex-autarca de Lisboa, já vai nos 4%, dizem as novas contas das Finanças.
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Medina diz que este aumento é “circunscrito” ao tempo, ou seja, para já “a melhor informação que temos nesta situação de volatilidade e incerteza”, a subida da inflação deve ficar-se apenas por este ano 2022.
Além disso, para já, este problema da inflação muito mais alta está mais centrada na energia e nas matérias primas agroalimentares, disse. Portanto, como tem insistido o governo, é para já um problema “conjuntural” e “temporário”.
A confiança do ministro na retoma é grande. Na conferência de imprensa desta quarta-feira, Medina aludiu à força do turismo, por exemplo, isto apesar das sombras da guerra e da inflação aguda na energia que pairam no horizonte e podem por em xeque esta retoma.
Assim, as Finanças projetam um desemprego ainda mais baixo este ano do que o calculado em outubro. Era 6,5% da população ativa em outubro passado, agora a previsão desliza para apenas 6%.
Medina acompanha Leão nas “contas certas”
Como já se sabia, o governo considera que a crise não vai tirar Portugal dos carris da disciplina orçamental. As “contas certas não são um adereço para os ministros das Finanças”, é uma segurança para um país que tem de cumprir regras, está inserido na zona euro, mas que tem uma dívida pública muito elevada que precisa de reduzir nos próximos anos, avisou Fernando Medina.
Ou seja, o défice baixa de 2,8% do produto interno bruto (PIB) em 2021 para os já acenados 1,9% no final deste ano.
Segundo as novas contas das Finanças, o peso da dívida volta a dar um tombo histórico em 2022. Depois do máximo de 135,2% do PIB e de cair um recorde de 7,8 pontos percentuais no ano passado, para 127,4% do PIB.
Em 2022, prevê Medina, novo afundanço do fardo da dívida, na ordem dos 6,7 pontos percentuais, para 120,7% do PIB no final deste ano. Esta meta é ainda mais baixa (em uma décima) do que a definida no Programa de Estabilidade de João Leão, o antecessor de Medina nas Finanças até final de março.
(em atualização)
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