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“Sem as medidas que tomámos na área fiscal, os portugueses pagariam mais 27 cêntimos por litro de combustível do que hoje pagam”, disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, esta sexta-feira.
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Segundo o governante, “no total, entre novembro e o final de junho, e considerando os subsídios a empresas e famílias e os impostos que deixámos de cobrar, contabilizaremos 700 milhões de euros em apoios”, como é o caso da descida do ISP numa escala equivalente a uma redução do IVA para 13%.
No último debate desta fase de especialidade sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2022 que culmina também com o prazo final para os partidos apresentarem propostas de alteração à redação do OE feita pelo governo, Medina enalteceu o seu OE, mas também disse que não é uma panaceia para os grandes males que assolam o mundo e a economia portuguesa.
Começou por discorrer sobre os perigos da inflação e da subida abrupta dos preços nos últimos tempos e foi avisando logo que “não sabemos em rigor quando regressaremos à normalidade”.
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Subida dos juros também vai complicar a vida
Alertou ainda para o problema da subida das taxas de juro que, além de apertar as contas públicas e a despesa, também vai ser um desafio enorme para as famílias que tenham de fazer novos contratos de crédito ou renegociar os que estão hoje em vigor.
“Um agravamento das taxas diretoras terá, a prazo, repercussões nos custos de financiamento da República à medida que formos refinanciando nova dívida”, o que tira margem de manobra para manter ou aumentar despesa (os juros são despesa e vão ao défice) e/ou margem para descer ou mesmo manter as cargas dos vários impostos.
“Mas não só – reflete-se também no esforço pedido às famílias e às empresas para suportarem os seus próprios empréstimos”, avisou Fernando Medina.
E acrescentou, defendendo que “o quadro externo, em que vários países europeus (deu o exemplo de Espanha, o maior parceiro económico de Portugal), até têm sentido maiores dificuldades do que a economia portuguesa.
“Algumas economias, entre elas importantes parceiros de Portugal, começaram o ano com piores notícias do que nós” porque “comparando o primeiro trimestre deste ano com o último de 2021, a zona euro cresce mais devagar, Espanha e Alemanha quase estagnaram, França registou uma variação nula, e Itália entrou em terreno negativo”, elencou o ministro.
Nesse sentido, disse o responsável das Finanças, “Portugal não está imune a este enquadramento pelo que devemos estar preparados para tempos mais exigentes”.
(atualizado 16h30)
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