//Medina quer tirar Portugal do “pódio” dos países da UE mais endividados

Medina quer tirar Portugal do “pódio” dos países da UE mais endividados

O ministro das Finanças, Fernando Medina, num encontro com jornalistas estrangeiros em Lisboa, assumiu o objetivo de acelerar a redução da dívida pública para proteger as famílias e empresas da subida das taxas de juro que se perspetiva. É o jornal Financial Times (FT) que o noticia hoje no seu site, adiantando que Medina quer retirar Portugal do “pódio” dos três países com a dívida pública mais elevada da União Europeia. Portugal é o terceiro país mais endividado, a seguir à Grécia e à Itália.

“Confrontado com a subida da inflação, sinais evidentes de abrandamento na Europa central e de leste e a perspetiva de taxas de juro mais elevadas, não podemos dar-nos ao luxo de introduzir um fator de risco adicional”, disse o ministro das Finanças português, citado pelo FT.

O “objetivo estratégico” de Medina surge numa altura em que os spreads dos títulos de dívida soberana na zona euro aumentam, com o Banco Central Europeu a preparar uma subida das taxas que pode acontecer já em julho, lembra o jornal britânico.

Segundo o FT, Fernando Medina avançou que a redução do peso da dívida terá um impacto positivo no sistema bancário, empresas e famílias numa altura de incerteza

provocada pela guerra na Ucrânia e pelos constrangimentos nas cadeias de abastecimento na China.

Alemanha pede contenção orçamental

Ontem, o diário britânico deu conta dos avisos do ministro das Finanças alemão para uma maior disciplina orçamental dos Estados-membros. Declarações que surgiram depois de a Comissão Europeia ter decidido prolongar por mais um ano a suspensão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), que obrigam os países a manter os défices orçamentais abaixo de 3% do Produto Interno Bruto.

Christian Lindner disse ao FT que “o facto de os Estados-membros poderem agora desviar-se do Pacto de Estabilidade e Crescimento não significa que o deverão realmente fazer”.