//Mensalidades das creches em IPSS serão revistas em função de rendimentos

Mensalidades das creches em IPSS serão revistas em função de rendimentos

As instituições de solidariedade social com creches vão passar a ser obrigadas a rever as mensalidades desta resposta social em função das alterações de rendimentos do agregado familiar, adiantou esta sexta-feira o Governo no parlamento.

A equipa de secretários de Estado do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) esteve hoje à tarde a ser ouvida no parlamento no âmbito das audições na especialidade do Orçamento do Estado suplementar para 2020.

Segundo a secretária de Estado da Ação Social, Rita Cunha Mendes, está a ser “concertado com os parceiros do setor social, permitir a redução das mensalidades pagas pelas famílias, nomeadamente na resposta creche, mas também noutras respostas sociais”.

Segundo a governante, que respondia a uma questão colocada pela deputada do PCP Diana Ferreira, a “possibilidade contratual de rever a comparticipação passará a ser um dever das instituições em função das alterações que tiverem ocorrido no respetivo rendimento do agregado familiar e por referência ao mês anterior”.

Rita Cunha Mendes disse ainda em relação à comparticipação da Segurança Social às instituições particulares de solidariedade social que se vai “manter até 30 de setembro o pagamento das comparticipações verificado em fevereiro de 2020”, incluindo aquelas com respostas sociais encerradas devido à pandemia de covid-19, como os centros de dia.

No âmbito do Radar Social, uma das medidas previstas no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), a secretária de Estado disse esperar que os projetos-piloto para 10 Unidades de Dia e Promoção de Autonomia (UPDA) previstos no programa arranquem até ao final do ano.

As UPDA, segundo o diploma do PEES, pretende ser uma “resposta integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de ambulatório, para utentes com necessidade de cuidados diversificados de saúde e apoio social que não necessitam de internamento”.

O programa Radar Social prevê a contratação de três mil jovens licenciados a serem integrados numa rede a nível nacional para a “sinalização e acompanhamento de pessoas idosas para promoção de envelhecimento ativo e saudável, através de serviços de apoio social no domicílio”.

O diploma prevê que a operacionalização do programa custe 21 milhões de euros por ano, a serem financiados pelo Orçamento do Estado e por fundos comunitários.

Rita Cunha Mendes disse ainda que o Governo se encontra a regulamentar uma linha de financiamento específica para o setor social no valor de 165 milhões de euros.

“Pretendemos em articulação com o setor social atualizar extraordinariamente algumas das respostas que durante o período pandémico, que ainda vivemos, tiveram um maior custo financeiro para as instituições, nomeadamente as respostas residenciais, mas também outras, e é isso exatamente que estamos a negociar com o setor social”, adiantou.

Questionada sobre as cantinas sociais, a secretária de Estado referiu que existem 529 espalhadas pelo país, numa média de 30 por distrito, e que o Governo tem protocolada atualmente a distribuição de 13 mil refeições e garantiu que “na eventualidade de haver necessidade de reforçar” o Governo o fará, “através de protocolos extra para atender a essas necessidades de alimentação imediata”.

Ainda sobre a situação nos lares de idosos, em relação aos quais foram noticiados novos surtos nos últimos dias, Rita Cunha Mendes destacou os milhões de equipamentos de proteção individual distribuídos e testes realizados de forma massiva, sublinhando ainda que os “lares ilegais não foram exceção” no tratamento dado pela Segurança Social, não havendo “nenhum idoso que tivesse sido sinalizado à Segurança Social” com “tratamento diferenciado em relação às restantes estruturas residenciais”.

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