O mercado da habitação em Portugal continua em crescimento. Depois de um abrandamento em 2023, o número de casas vendidas aumentou, e o volume de transações atingiu um total de 33,8 mil milhões de euros, um recorde desde 2009, ano que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a recolher estes dados.
Os dados divulgados esta sexta-feira, com a publicação das Estatísticas da Construção e Habitação 2024, mostram um crescimento de 20,8% no volume do mercado imobiliário face a 2023, quando foi de 28 mil milhões de euros.
Em 2024 houve 156.325 transações de alojamentos de habitação, um aumento de 14,5% relativamente a 2023. Mas o número continua abaixo das 167.900 compras e vendas de 2022.
Uma explicação para o mercado atingir um recorde no volume de transações, mas não no número de casas vendidas, está na subida do preço mediano da habitação, que foi de 10,3% em 2024. No ano passado, o preço mediano de alojamentos familiares foi de 1.777 euros por metro quadrado.
O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas regiões da Grande Lisboa (2.939 euro/m2), Algarve (2.752 euro/m2), Madeira (2.395 euro/m2), península de Setúbal (2.117 euro/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.986 euro/m2), de acordo com os dados do INE.
Dos 308 municípios do país, 54 apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente no Algarve (14 em 16 municípios), Grande Lisboa (todos os nove municípios), Península de Setúbal (oito em nove municípios) e Área Metropolitana do Porto (sete em 17 municípios).
O município de Lisboa registou o preço mais elevado do país (4.340 euro/m2) e verificaram-se também valores superiores a 3.400 euro/m2 em Cascais (4.053 euro/m2 ), Oeiras (3.471 euro/m2 ) e Lagos (3.452 euro/m2 ). O Algarve e a Grande Lisboa apresentaram diferenciais de preços entre municípios superiores a 2.200 Euro/m2.
Rendas também sobem mais de 10%
A renda mediana dos novos contratos de arrendamento também subiu em 2024, crescendo 10,5%, para 7,97 euros por metro quadrado. O número de novos contratos de arrendamento também aumentou, em 4,3%, para 98.657 novos contratos.
O valor das rendas situou-se acima do valor nacional nas regiões da Grande Lisboa (13,06 euro/m2), Península de Setúbal (9,99 euro/m2), Madeira (9,60 euro/m2), Algarve (9,41 euro/m2) e Área Metropolitana do Porto (8,85 euro/m2).
A Grande Lisboa concentrou cerca de um quarto dos novos contratos de arrendamento (24.121).
Quase metade (42,3%) dos novos contratos do país concentraram-se na Grande Lisboa e Área Metropolitana do Porto, enquanto a Península de Setúbal e o Algarve concentraram 7,1% e 5,8% dos novos contratos, respetivamente.
No Baixo Alentejo foi realizado o menor número de novos contratos de arrendamento (553).
Entre os 308 municípios do país, 42 apresentaram rendas acima do valor nacional em 2024, com Lisboa a registar o valor mais elevado (15,93 euro/m2), destacando-se, ainda, com valores superiores a 12,00 euro/m2 Cascais (15,31 euro/m2), Oeiras (13,80 euro/m2) e Porto (12,58 euro/m2).
Licenciamento e construção de novas casas também aumenta
Em 2024 registou-se ainda um crescimento generalizado na construção e na habitação, em termos de licenciamento, conclusão de obras, vendas, avaliações, preços e rendas.
Naquele período, foram realizadas cerca de 140.000 avaliações bancárias no âmbito da concessão de crédito à habitação, o maior registo desde 2009 e um aumento de 32,1% face a 2023.
Em 2024, foram licenciados 25.470 edifícios no país, um aumento de 7,2% em relação ao ano anterior (-6,9% em 2023) e foram licenciados 41.851 fogos, mais 5,4% face a 2023 (39.708 fogos; +0,7%). .
Dos fogos licenciados, 34.637 eram construções novas para habitação familiar, correspondendo a um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior (33.079; + 3,9%).
O INE estima que tenham sido concluídos 17.380 edifícios, um crescimento de 1,6% em relação ao ano anterior (-0,2% em 2023, com 17.111 edifícios).
Foram também concluídos 28.494 fogos no país, mais 6,8% face ao ano anterior (+7% em 2023; 26.671 fogos).
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