Os dados das exportações portuguesas não o espelham e, pelo menos em valor, Portugal continuava no fim de setembro a vender mais 2,5% ao exterior do que vendia há um ano, mas é já pronunciada a quebra nos bens expedidos a partir dos portos nacionais e por camião até aos parceiros comerciais europeus. Nos primeiros nove meses do ano, atravessaram as fronteiras para o exterior menos 3,5 milhões de toneladas por comparação com o mesmo período do ano passado.
As mercadorias saídas de barco ou camião até setembro representaram menos 12% que as 30,1 milhões de toneladas enviadas para fora no mesmo período do ano passado, em cálculos a partir dos últimos dados da atividade de transportes divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas.
Dos portos, expediram-se menos 2,6 milhões de toneladas de mercadorias, numa quebra que está nos 12% no conjunto dos primeiros nove meses do ano, mas que tem vindo a acelerar com o tempo. No terceiro trimestre assistiu-se a uma perda de 21%, mais de um quinto da carga transportada para destinos internacionais no ano passado. Em grande medida, as perdas refletem a atividade em Sines, cujo movimento tem perdido continuadamente carga em granel mas também em contentores.
Já nas estradas, expediu-se até setembro menos 884 mil toneladas, menos 14,5% que no mesmo período do ano passado. Saíram do país, quase na totalidade para destinos da União Europeia, 5,2 milhões de toneladas de mercadorias – dois terços para Espanha. Ao principal comprador de bens nacionais chegaram este ano até aqui menos 586 mil toneladas, numa descida de 14,5%.
Na rota para a Alemanha, a perda por estrada está em 29% com o volume de mercadorias a ficar em 292 mil toneladas contras as 412 mil dos mesmos nove meses do ano passado. E para França seguiram menos 17% de mercadorias, com o volume a cair para 825 mil toneladas.
O transporte internacional de mercadorias por ferrovia, com volumes bastante inferiores, não regista quebras. As estatísticas não discriminam entre carga importada e exportada, mas o tráfego internacional regista uma uma subida 12,5% até setembro que mantém o volume de carga nos 1,7 milhões de toneladas e não muito longe do nível do ano passado. Ainda assim, o terceiro trimestre isolado assiste a uma redução ligeira no transporte internacional por comboio de cerca de 76 mil toneladas.
Por ar, assiste-se também a um aumento da carga embarcada (18% no terceiro trimestre), mas os volumes da mercadoria transportada a partir dos aeroportos nacionais são mínimos (apenas 77,6 mil toneladas desde o início do ano, incluindo correio).
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