//Metade das empresas só aguenta mais dois meses sem apoios

Metade das empresas só aguenta mais dois meses sem apoios

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Sem apoios à liquidez, quase metade das empresas só aguenta mais dois meses, revela o segundo inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal às empresas, para medir o impacto da pandemia. Quase um terço das empresas adaptaram a produção ao novo contexto de pandemia de Covid-19.

Na semana entre 13 e 17 de abril, logo após a Páscoa, 48% das empresas afirmaram não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses, sem medidas adicionais de apoio à liquidez. Uma situação que afeta, sobretudo, as micro e pequenas empresas e o setor do alojamento e restauração.

Este é o setor mais afetado. Apenas 38% dos restaurantes e alojamentos continuam abertos, mas, de um modo geral, 82% das empresas estão em produção, 80% com menos volume de negócios (proporção igual à apurada na semana anterior). O problema é que para uma parte significativa (39%) a redução é superior a 50%, uma consequência, sobretudo, da falta de encomendas e da ausência de clientes.

Do total das empresas inquiridas, 60% apontam para reduções no pessoal. Uma em cada quatro tem menos de metade dos trabalhadores em funções.

O “lay-off” é o principal responsável pela redução de pessoal ao serviço, uma situação assinalada por 51% das empresas (48% na semana anterior). As faltas por doença ou por apoio à família, no âmbito do estado de emergência, foram referidas por 30% das empresas.

Outro aspeto relevante, quase um terço (29%) adaptou a produção, através da alteração ou reforço dos canais de distribuição.

Aumentaram os encerramentos face à semana anterior. Cerca de 16% estão temporariamente encerradas, enquanto 1% tinha encerrado definitivamente.

Em relação às medidas de apoio disponibilizadas pelo Governo, uma percentagem significativa de empresas já recorreu ao “lay-off” simplificado, muito poucas acederam a outras medidas, mas muitas pretendem beneficiar. No entanto, o “lay-off” é a medida mais popular, cerca de metade exclui recorrer a outro tipo de apoio.

Cerca de 12% das empresas recorreram a crédito adicional na semana em análise, sobretudo de micro dimensão. A maioria financiou-se nas mesmas condições que já eram praticadas.

Destaque ainda para os preços, com 90% das empresas a referir que pretende manter os valores, 8% admitem baixar os preços, sobretudo no alojamento e restauração.

Este Inquérito Rápido e Excecional às Empresas decorreu na semana de 13 a 17 de abril, foi dirigido a empresas de todas as dimensões (micro, pequena, média e grande), representativas dos diversos setores de atividade económica. Foram obtidas 5.837 respostas válidas.

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