O metrobus na Avenida da Boavista, entre a Casa da Música e a Praça do Império, apenas vai começar em abril, mês em que a Metro do Porto deve receber os veículos que comprou para este sistema de transporte ligeiro. A empresa vai receber dois veículos para o final de janeiro ou início de fevereiro, mas descarta qualquer “solução provisória” para começar a operação antes de abril.
Em resposta à Renascença, a Metro do Porto revelou que excluiu a adoção de uma “solução provisória”, e que vai receber “duas composições” dos 12 veículos “entre o final deste mês de janeiro e o princípio de fevereiro”.
“Fica excluída a possibilidade de iniciar a operação antes desta altura”, disse a Metro do Porto, constatando que “uma solução provisória, que passava pelo aluguer de outros veículos, obrigava a uma série de adaptações cujo tempo de realização ultrapassava o da chegada das composições definitivas”.
Questionada sobre o efeito da receção dos dois veículos até ao início de fevereiro no início da operação, a empresa esclareceu que os dois veículos metrobus vão servir “para começar, desde logo, com a formação e os testes aos motoristas, ao mesmo tempo que é resolvida a certificação e a homologação destas novas composições junto do IMT”. Um processo que tem uma duração estimada de “dois meses” e que, se começasse apenas em abril, atrasaria ainda mais o início da operação.
O canal do metrobus está pronto desde o final de setembro, mas não há serviço de passageiros a acontecer. Com a chegada dos 12 veículos prevista para abril de 2025, a Metro do Porto quis utilizar autocarros da STCP para não deixar o canal dedicado ao metrobus vazio.
Contudo, depois de ensaios, a STCP concluiu que a operação seria “insegura, ineficiente e comercialmente desvantajosa”, já que os autocarros teriam que trocar de faixa ao chegar às paragens no centro da Avenida da Boavista – os veículos comprados para o metrobus vão ter portas do lado esquerdo, ao contrário dos autocarros convencionais.
O episódio levou a diferenças públicas entre as duas empresas de transportes do Porto. Em novembro, a presidente da STCP, Cristina Pimental, demitiu-se do cargo de vogal não-executiva da Metro do Porto, afirmando considerar que “as relações de confiança” necessárias estavam “irremediavelmente comprometidas”.
O canal do metrobus deverá ainda ser transferido para a responsabilidade do município, mas o memorando de entendimento (que também envolve a STCP e o Estado) ainda não foi assinado, depois de a Câmara Municipal do Porto apontar críticas.
Os 12 veículos específicos para o metrobus, movidos a hidrogénio e comprados ao consórcio entre CaetanoBus, DST Solar, Dourogás Natural, PRF e BrightCity, custaram 29,5 milhões de euros, enquanto a obra (que também inclui o troço até à Anémona, em Matosinhos) custou cerca de 76 milhões de euros. O projeto é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
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