O presidente do BCP disse esta segunda-feira que o banco anunciará no momento oportuno o plano de saída de trabalhadores, sem adiantar quantos funcionários quer dispensar pois ainda não tem o plano de redução de custos fechado.
“O banco tem de se preparar para o futuro e a gestão dos recursos tem de ser dinâmica. No ano passado era intenção de banco fazer mais saídas do que fez, foi por motivos sociais [devido à crise] que não o fez. Sobre este ano, o banco tomará e anunciará no momento oportuno o que fará”, disse Miguel Maya, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre (57,8 milhões de euros).
O gestor afirmou que há já bastante tempo que vem dizendo que o banco tem de ser eficiente para ser competitivo de futuro e manter-se relevante e que tem a meta de ter um rácio de eficiência (custos sobre receitas) de 40% (foi de 43,9% no primeiro trimestre).
“Para termos relevância de futuro, para crescermos, criarmos oportunidades de valorização profissional para os trabalhadores do banco, remunerarmos adequadamente os acionistas, termos uma presença determinante, dominante no apoio à economia, precisamos de ser um banco eficiente”, afirmou.
Acrescentou apenas que não será o número de trabalhadores de outros bancos a determinar os do banco que lidera e que, apesar das saídas líquidas, também têm sido contratadas pessoas para áreas em que o BCP está mais necessitado (caso de áreas tecnológicas).
O BCP divulgou hoje lucros de 57,8 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 63,8% do que os 35,3 milhões de euros registados nos mesmos três meses de 2020.
O resultado do primeiro trimestre inclui 112,8 milhões de euros de provisões para riscos legais de créditos em francos suíços na operação do BCP da Polónia. .
Olhando para a conta de resultados, no primeiro trimestre face ao mesmo trimestre de 2020, a margem financeira caiu 2,5% para 376 milhões de euros e as comissões cederam 1% para 177,9 milhões de euros.
Já os custos operacionais caíram 9,2% para 259,3 milhões de euros, contribuindo para sustentar os lucros.
A redução de trabalhadores bancários e o fecho de balcões deverá marcar o futuro imediato do setor bancário, considerando dirigentes sindicais que as reduções de pessoal que por agora existem em alguns bancos são apenas a ponta do “iceberg”.
O BCP fechou março com 7.004 funcionários em Portugal, menos nove do que em dezembro passado.
Já em termos de sucursais, o banco contava no final de março com 476 balcões, menos dois do que no fim de 2020. .
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